Mário Cezar de Aguiar
Vice-presidente da Fiesc
A apresentação do projeto da ferrovia Norte-Sul, que passará por Santa Catarina próximo ao município de Chapecó, foi possível pelo louvável trabalho do Fórum Parlamentar Catarinense.
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Todavia, a comemoração deve ser feita com ressalvas, já que poucos serão os benefícios provenientes desta ferrovia de passagem enquanto não houver a interligação com a malha ferroviária catarinense existente e as estradas que estão em projeto.
Santa Catarina conta com uma das menores extensões de linhas ferroviárias do Brasil. As que temos – já tivemos uma extensão maior – foram implantadas com recursos privados e sem a participação do poder público.
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Para atender a nossa demanda, está prevista a construção de duas importantes ferrovias: a Litorânea e a Leste-Oeste, ambas em fase de estudos e projetos.
Preliminarmente, a sinalização é de que o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ferrovia Litorânea será positivo. Apesar de ter recursos garantidos, o projeto básico não foi realizado no prazo previsto.
Entre os motivos que impediram sua conclusão, o mais significativo foi a transposição em túnel no Morro dos Cavalos, pela forte e incompreensível resistência imposta pela Funai.
O outro eixo é a Ferrovia Leste-Oeste, que também está em fase de projeto e que será, seguramente, uma alternativa para o transporte dos insumos e a produção do nosso parque fabril.
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Com estas obras implantadas, e com a modernização da ferrovia que vai de São Francisco do Sul a Mafra, incluindo os contornos de Joinville e Jaraguá do Sul, o Estado terá o setor produtivo e o complexo portuário catarinense (reconhecido como o melhor do Brasil) interligados com a malha ferroviária nacional.
Para que tenhamos um sistema de transporte compatível com a necessidade logística de Santa Catarina, há de se considerar um modelo sistêmico que contemple todos os modais de transporte.
Para isto, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) está em tratativas com o Instituto Fraunhofer – Hamburg para estudar as condições de intermodalidade, considerando a infraestrutura de transporte disponibilizada e em projeto, favorecendo as cadeias logísticas de suprimento e distribuição da indústria catarinense e conectando-a com os principais mercados domésticos e internacionais.