Na contramão dos vizinhos do Sul que ampliaram os investimentos nos últimos quatro anos, Santa Catarina apresentou uma retração de 26% entre 2008 e 2013. O número faz parte de um levantamento realizado a partir de relatórios da Secretaria do Tesouro Nacional.

Continua depois da publicidade

De acordo com estes mesmos números, o Paraná foi o Estado da região que mais ampliou o bolo de investimentos, com crescimento de 62%. No mesmo período, o Rio Grande do Sul apresentou alta de 58,6%.

No ranking nacional, o campeão é o Rio de Janeiro. Inundado por recursos das obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Estado mais do que duplicou os investimentos no período. São Paulo, dono do maior orçamento no país, teve um crescimento tímido de 2,9%. Minas Gerais, no entanto, teve uma queda de 20%.

Para o professor do departamento de Administração Pública da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Álvaro Martim Guedes, o aumento do gasto com a folha em Santa Catarina é alto e cresce significativamente frente à arrecadação do governo.

Continua depois da publicidade

Se em 2010 comprometia 41,81% da receita, neste ano deve comprometer 47,39%. O percentual leva em conta o levantamento mais recente da Fazenda e compara os meses de novembro e dezembro deste ano. O valor ficaria acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Fazenda estuda maneira de conter avanço da folha

O secretario da Fazenda, Antonio Gavazzoni, rebate e afirma que o governo passou o ano negociando com os funcionários de cada categoria para a criação de um pacote salarial, capaz de organizar seu crescimento nos próximos três anos. O resultado prático, se aprovado na Assembleia Legislativa, seria um aumento sempre programado para os meses de agosto, até 2016, com exceção dos profissionais da educação.

– Dessa maneira, as categorias ficam sem condições de pressionar o governo por aumentos. Queremos fazer com que a folha comprometa apenas 41% da arrecadação.

Continua depois da publicidade

O secretário aposta em uma economia mais forte em Santa Catarina em 2014, estimulada pelos últimos acordos com o governo federal para investimento em obras nas áreas de educação, saúde e infraestrutura.

O economista Arlindo Carvalho Rocha, professor da Esag/Udesc, não é tão otimista sobre o próximo ano. Ele acredita que o período eleitoral favorecerá, sim, a realização de obras, mas a situação em que se encontra a folha de pagamento e a arrecadação do Estado deverá ser contornada apenas em 2015.

– Se a economia e a arrecadação do governo não crescerem o suficiente para cobrir a folha de pagamento, o governo vai reduzir a qualidade dos serviços públicos e dos gastos com novos investimentos.

Continua depois da publicidade