O destaque da economia de Santa Catarina, mais uma vez, ficou por conta das gigantes da indústria alimentícia. BRF e Bunge são as duas primeiras colocadas no ranking estadual GRANDES & LÍDERES – 500 Maiores do Sul. Alternam-se na liderança de cada um dos indicadores analisados, mas foi a BRF quem garantiu a ponta na lista estadual no levantamento realizado pela Revista Amanhã em parceria com a PwC.
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No balanço de 2014, o Rio Grande do Sul, com 193 empresas, e o Paraná, com 181, são os Estados com maior presença entre as 500 Maiores do Sul. Mas pertence a Santa Catarina a proeza de ter sido o Estado que mais ampliou sua presença no ranking (acréscimo de 8%) na comparação com o ano anterior, somando 126 companhias. É o caso da Zita Empreendimentos (326ª), da Desenvix Energias Renováveis (133ª) e da Tuper Participações (89ª), para citar três exemplos.
Veja a lista com as dez maiores da Região Sul
Fonte: Revista Amanhã / Reprodução
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A Gerdau permanece na liderança de Grandes & Líderes – 500 Maiores do Sul. A retrospectiva mostra uma vertiginosa ascensão do grupo. Em 1991, a Gerdau era uma empresa de base regional e não passava da 5ª colocação entre as maiores do Estado. Em duas décadas e meia, tornou-se uma multinacional brasileira, alçando-se à condição de número 1 não apenas do Rio Grande do Sul, mas de toda a Região Sul.
O Valor Ponderado de Grandeza (VPG) da siderúrgica é mais de 50% superior ao da segunda colocada, a BRF. Indicador elaborado para o levantamento, o VPG determina a ordem de classificação das empresas no ranking. Ele é resultado da soma ponderada do patrimônio líquido (peso de 50%), receita bruta (40%) e lucro ou prejuízo líquido (10%). O indicador foi desenvolvido pelas equipes da Amanhã e PwC.
Na soma dos faturamentos em 2014, o RS ainda lidera: a receita líquida das gaúchas listadas foi de R$ 174 bilhões, ante R$ 166 bilhões das paranaenses. Mesmo com dificuldades para preservar as margens de rentabilidade, as maiores empresas do Sul vêm melhorando em indicadores como receita e patrimônio. Embora o prejuízo acumulado tenha aumentado significativamente – de R$ 1,7 bi em 2013 para R$ 5,2 bilhões em 2014 – a receita líquida subiu para R$ 475 bilhões, uma alta de 7%.
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As empresas catarinenses, em contrapartida, vêm demonstrando capacidade de se descolar da crise que emperra a economia nacional. Ao menos foi assim em 2014, quando o Estado resistiu aos primeiros impactos da desaceleração do consumo e fechou o ano com elevação de 2,4% no PIB. Foi, de longe, o melhor desempenho entre os Estados da região Sul no período.
Disputa catarinense
Entre as duas catarinesnes na ponta da tabela, a BRF ficou em primeiro porque tem o maior VPG – de R$ 19,6 bilhões. A Bunge, porém, tem a maior receita líquida, de R$ 34 bilhões em 2014. Ambas registraram crescimento nas vendas durante o ano, indo na contramão do segmento como um todo, que sofreu um recuo de 25% nas vendas em 2014, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).
Veja a lista das 10 maiores de SC
As líderes de SC por indicador
A Maior (Por VPG): BRF Brasil Foods
Maior Patrimônio Líquido: BRF Brasil Foods
Maior Receita Líquida: Bunge Alimentos
Maior Rentabilidade de Patrimônio: Dudalina S/A
Maior Rentabilidade sobre a Receita: Shopping Park Europeu S/A
Maior Crescimento de Receita: Perville Constr. E Empreends. S/A
Maior Capital de Giro: Bunge Alimentos
Maior Liquidez: Hacasa Adm. e Empreend. Imob.
Menor Endividamento: Shopping Park Europeu S/A
Maior Lucro Líquido: BRF Brasil Foods
Maior prejuízo: DrakaComteq Cabos Brasil S/A
Para conferir os resultados completos do ranking GRANDES & LÍDERES – 500 Maiores do Sul, acesse: http://www.amanha.com.br/500maiores
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Retrospectiva
Ao comparar o quadro atual com o início do levantamento, na década de 90, percebe-se que muitas companhias familiares da região Sul perderam espaço na mesma medida em que multinacionais desembarcaram. Por outro lado, algumas empresas decolaram, como Gerdau, Weg e O Boticário, apostando na profissionalização da gestão.
Em pouco mais de duas décadas, tudo mudou. Ao analisar os motivos pelos quais companhias entraram ou saíram da listagem, nota-se o saldo positivo de uma economia mais dinâmica, competitiva e internacionalizada.
Colocados lado a lado, os rankings contam a história da economia da região Sul. Relatam, por exemplo, como tantas empresas do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul saíram de cena por terem sido desestatizadas, ou por incorporação a outros grupos.
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Ágeis, as pequenas e médias empresas do Sul vêm conseguindo melhorar seus resultados mesmo diante da crise. Entre 2013 e 2014, a soma do Valor Ponderado de Grandeza (VPG) das 500 Emergentes do Sul cresceu de R$ 12,6 bilhões para R$ 13,4 bilhões.
Entre as 500 pequenas e médias listadas na edição, pelo menos 100 puderam festejar um crescimento superior a 25% no faturamento. Na composição do ranking, o destaque foi o Paraná, que emplacou 180 empresas entre as emergentes – bem mais do que no ano passado, quando ficou com 168 representantes. Ao mesmo tempo, aproximou-se do Rio Grande do Sul, que agora tem 192 companhias, oito a menos que em 2014. Santa Catarina participa com 128 empresas.
Como é feito o ranking
Por uma questão de credibilidade, todas as informações trazidas pelo ranking das 500 Maiores do Sul são extraídas de uma única fonte: os balanços financeiros das empresas listadas. São examinadas tanto demonstrações contábeis de grupos quanto de empresas individuais. Pela regra, somente são considerados os balanços de empresas que sejam fechados na região Sul.
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O 500 Maiores do Sul é um ranking empresarial que tem foco na região Sul. Além do ranking geral, que abrange toda a região, também é desdobrado em rankings específicos para cada um dos três Estados: Paraná, Santa Catarina e Região Sul.
Premiação
A cerimônia de premiação das empresas vencedoras será realizada durante um coquetel no dia 5 de novembro às 19h, na Fiergs, em Porto Alegre. Serão agraciadas as 25 maiores companhias de cada Estado, além de 30 destaques no desempenho em diversos indicadores, entre eles: a maior empresa; a maior receita líquida; o maior lucro líquido; o maior patrimônio líquido; a maior capitalização; maior capital de giro próprio; e a maior liquidez.