Uma ideia inovadora pode se transformar em novos negócios, em uma empresa de sucesso e em mais empregos. O Programa Nascer, realizado via parceria entre Fapesc e Sebrae em 15 cidades de Santa Catarina, capacita negócios que ainda estão na fase embrionária e dá apoio para futuros empreendedores organizarem e fortalecerem as ideias. A segunda edição do programa, que oferece pré-incubação gratuita com mentorias, palestras, workshops e networking, está com inscrições abertas até o dia 30 de junho.
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O Nascer é realizado dentro dos núcleos da pré-incubadora Cocreation Lab, um dos projetos que ajudam a fomentar a economia criativa em SC. Segundo a pesquisa Mapeamento da Indústria Criativa de 2019 da Firjan, que identifica como se comportou a Indústria Criativa no Brasil no período entre 2015 (ano da última publicação) e 2017, cresce a procura por profissionais que atuam na economia digital e com foco na criação de produtos e serviços diferenciados para o consumidor.
Neste contexto, Santa Catarina sai na frente e junto com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul integra o rol de estados que mantiveram a participação de profissionais criativos acima da média nacional (1,8%). Por aqui, 2,1% de todos os trabalhadores são ligados à indústria criativa. O estado também foi o único a registrar aumento do número absoluto de profissionais empregados (+1,5%) e passou de 46,5 mil para 47,2 mil trabalhadores formais em 2017.
O Cocreation Lab oferece ambientes colaborativos e que estimulam a criatividade, onde os participantes farão os encontros presenciais e participarão de diversas ações que os ajudarão a transformarem os planos em realidade. Eles também terão acesso à plataforma da metodologia exclusiva TXM Business, que permite que os cocreators, como são chamados os participantes, trabalhem suas ideias de maneira integrada entre laboratório e ambiente virtual.
Empreendedores de toda Santa Catarina que tiveram seus projetos selecionados para a primeira edição do programa Nascer, no início de 2020, já começam a oferecer soluções inovadoras para diferentes segmentos da economia. A Drent Co, de Brusque, por exemplo, atua no setor imobiliário com o objetivo de facilitar a vida tanto do locador quanto do inquilino.
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“Em princípio, a ideia era ser uma imobiliária totalmente digital, mas com a pandemia reavaliamos o conceito e durante nosso estudo de mercado descobrimos que no Brasil há 45 mil imobiliárias ativas. Então pensamos, por que competir com elas quando podemos nos juntar a elas?”, explica o CEO Douglas José Jorge, que trabalha no mercado imobiliário desde 2016 e se inscreveu no Programa Nascer após perceber a carência de soluções tecnológicas no meio.
A ideia agora é criar um seguro fiança acessível para os clientes que desejam alugar imóvel residencial ou comercial. Depois, serão desenvolvidos outros projetos para digitalizar o mercado imobiliário, como um portal gratuito para imobiliárias e um software de administração para proprietários que alugam imóvel de forma particular. Por meio dessa plataforma, eles vão poder gerar o contrato de aluguel, gerar boletos para seus inquilinos e ainda contratar o seguro fiança. O projeto está em fase de MVP (produto mínimo viável), conjunto de testes para validar a viabilidade do negócio.
Outro projeto selecionado para a primeira edição do Programa Nascer promete auxiliar na retomada de restaurantes e outros estabelecimentos do ramo de alimentos. A YouDo, produto da startup Panthro Tech pré-incubado no Cocreation Lab do Campeche, em Florianópolis, tem como propósito inicial acelerar o pedido do cliente e facilitar a visão de gerenciamento do empresário, mas acabou se tornando uma solução útil e segura para reduzir o contato físico na hora de fazer pedidos.
Por meio da tecnologia do QR Code, o cliente consegue acessar o cardápio de um restaurante, fazer o pedido e pagar sem precisar fazer o download de um aplicativo ou utilizar tablets disponibilizados pelo restaurante. Tudo ocorre pelo celular do próprio cliente. O produto já está na fase inicial de vendas e em breve vai ser utilizado em um dos maiores food parks da Capital catarinense. Segundo o fundador Odolir Daniel dos Santos Junior, o fato da tecnologia ser uma aliada no combate à propagação da Covid-19 foi fator determinante para fechar o negócio.
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Para o professor Luiz Salomão Ribas Gomez, idealizador do Cocreation Lab e criador da metodologia TXM Business, o momento é oportuno para quem tem ideias de negócios que possam oferecer soluções para pessoas e empresas neste período de crise. “Momentos como este geram desafios, mas também oportunidades. A inovação será muito importante na retomada de diversos setores da economia”, defende.
A pré-incubadora Cocreation Lab está presente em 16 cidades catarinenses – 15 delas em parceria com o Programa Nascer. Além disso, tem unidades próprias em Florianópolis (MESC e ACI), em São José e em Criciúma (SATC). Desde a fundação, em 2016, já passaram pelo Cocreation Lab cerca de 300 projetos. Agora, a pré-incubadora se prepara para a estreia em Brasília, que vai receber quatro unidades.