A Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) confirmou nesta quarta-feira o oitavo caso de febre do zika vírus no Estado. Ao todo, já foram 51 notificações da doença em Santa Catarina — destas 20 permanecem em investigação enquanto outros 23 suspeitas já foram descartadas. Dos oito casos confirmados, todos foram importados, ou seja, contraídos fora do Estado. Os dados fazem parte de boletim divulgado pela Dive nesta quarta-feira. Na última semana, havia sete casos confirmados.
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Florianópolis é a cidade com o maior número de casos: três, contraídos no Maranhão e na Bahia. Em Bombinhas, no litoral Norte, há duas confirmações. Laguna, Gaspar e Pomerode têm um caso confirmado.
Também transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, a dengue teve um crescimento pequeno no número de casos na última semana: foram apenas três novas confirmações. Ao todo, 3.596 pessoas já contraíram a doença em Santa Catarina neste ano. Destes, 3,273 casos foram contraídos dentro do Estado, enquanto outros 263 vieram de fora. Ainda há 60 casos da doença em investigação de origem. Outras 960 pessoas estão sob suspeita de terem contraído dengue, ao passo que 6.332 suspeitas foram descartadas.
No caso da febre Chikungunya, também transmitida pelo Aedes, são três casos confirmados. Destes, dois foram contraídos fora do Estado e um teve origem dentro de Santa Catarina. Ainda há 31 casos sob investigação e outros 44 foram descartados.
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Estado inaugura Sala de Situação contra o Aedes Aegypti
Foi inaugurada na tarde desta quarta-feira,na Dive, em Florianópolis, a Sala de Situação, que tem o objetivo avançar no combate ao mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina.Participaram do evento os secretário de Estado da saúde, João Paulo Kleinübing, e da Defesa Civil, Milton Hobbus.
Segundo ele, trata-se de um centro de comando de informações formado por equipes de diferentes áreas com funções específicas para o planejamento de metas e estratégias para o combate do mosquito.
— Nosso objetivo é a integração total de todos os órgãos de governo para enfrentamento deste que é um dos maiores desafios da saúde pública do Brasil dos últimos 50 anos. Discutiremos nosso Plano de Contingência e estamos nos mobilizando para evitar a circulação do vírus em Santa Catarina — afirmou o secretário de Saúde,João Paulo Kleinübing.
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De acordo com a gerente de Zoonoses da Dive/SC, a prioridade das ações estará nos 28 municípios considerados infestados pelo mosquito:Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Guatambu, Itajaí, Itapema, Joinville, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim.
Conheça as diferenças das doenças
Dengue
É uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele. Pessoas com estes sintomas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.
Febre Chikungunya
É uma infecção viral causada pelo CHIKV e que pode se apresentar sob a forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”. A doença também é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada pelo vírus.
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Zika vírus
É uma doença causada pelo vírus Zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves. Segundo a literatura médica, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês. Desde abril de 2015, o Brasil vem detectando casos de Febre do Zika Vírus. Atualmente há circulação do ZIKAV em 18 estados do país.