O Governo de SC enviou, entre os dias 22 e 23 de junho, 200 policiais militares para a força-tarefa que fará a segurança durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, no Rio de Janeiro, entre agosto e setembro. O convênio que estabelece a cessão de policiais dos Estados prevê uma contrapartida da União com o repasse de viaturas, coletes balísticos e armamentos. Apesar da liberação ocorrer em um momento que os índices de criminalidade sobem em Santa Catarina, especialistas apontam vantagens na decisão de ceder o efetivo para o evento esportivo.
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Crescimento de 65% no número de assaltos nos últimos cinco anos no Estado e uma onda de crimes violentos, principalmente nos municípios da região Norte. Além disso, um efetivo insuficiente para garantir cobertura em todos os 295 municípios catarinense. O cenário não parece propício para abrir mão, mesmo que temporariamente, de 200 PMs do total de 10.175 em atividade atualmente no Estado. No entanto, para o professor de direito penal e criminologia, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, a iniciativa trará mais prós do que contras para a segurança em Santa Catarina:
— O efetivo policial está no limite extremo no Estado, mas é preciso compreender que esses policiais que são cedidos passam por uma espécie de pós-graduação em segurança, pois eles têm contato com os procedimentos mais modernos aplicados no mundo atualmente. Haverá cooperação de policiais de vários países. Ou seja, quando esse policial volta, traz ideias novas para o seu batalhão.
Presidente da Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da seção catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), Leandro Gornicki Nunes também defende a cessão dos policiais. A representatividade nacional do evento e o aprimoramento dos policiais foram citados pelo advogado de Joinville.
— A Comissão de Segurança Pública da OAB/SC vê positivamente a participação dos Policiais Militares catarinenses na Força Nacional de Segurança, durante os Jogos Olímpicos do Rio, porque isso faz parte do pacto republicano e evidencia o caráter solidário entre os Estados e a União, em um momento especial para o país, gerando, inclusive, aprimoramento profissional desses policiais. Por outro lado, cabe destacar que o Estado de SC será recompensado, não havendo, em princípio, qualquer prejuízo para a segurança do nosso Estado com a cessão desse efetivo — afirma o presidente da comissão.
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Com um efetivo atual de 10.175, de acordo com a Secretaria de Segurança, os policiais escolhidos saíram de 53 batalhões pelo Estado. Na região Norte foram 30 policias ofertados, já no Vale do Itajaí a região perdeu 31 agentes. Policiais civis não foram cedidos para a Força Nacional de Segurança.
Para a escolha dos agentes, foi realizada uma seleção interna, com exames médicos e físicos. Os classificados participaram de aulas ministradas pela Força Nacional.