
Em plena expansão, o mercado de trabalho do setor de tecnologia de Santa Catarina apresenta bons índices na geração de emprego. Só entre janeiro e agosto deste ano foram criadas 8.204 novas vagas com carteira assinada no Estado nesta área. Porém, por outro lado, o setor enfrenta a falta de talentos, que se intensificou com a pandemia.
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Diante desse cenário, as próprias empresas do ramo e entidades têm se organizado para atrair e formar profissionais. Em SC, terceiro maior polo de tecnologia em número de colaboradores do Brasil, há diversas iniciativas já em curso e a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) é uma das protagonistas desse movimento. O primeiro passo da entidade para construir soluções a longo prazo foi fazer um levantamento, junto às empresas de base tecnológica, para entender qual é a demanda real e quais são as funções e habilidades mais requisitadas.
O mapeamento mostrou que serão abertas mais de 16,6 mil novas vagas na área em Santa Catarina até 2023. As funções mais demandadas são Desenvolvedor Full Stack, Back-end e Front-end, além disso as competências mais valorizadas são conhecimentos em tecnologias ágeis, experiência profissional na área, habilidade em execução de projetos e domínio de linguagens de programação. Esse levantamento ajuda a definir cursos para formação de profissionais de acordo com as necessidades das empresas e também a identificar quais as áreas com maior déficit.
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O segundo passo foi identificar iniciativas de formação de profissionais nesta área. Um exemplo é o Programa Entra21, do Blusoft, Polo Tecnológico de Blumenau. Financiado pela prefeitura de Blumenau, governo do Estado e empresas da região do Vale do Itajaí, o projeto já capacitou gratuitamente mais de 5 mil jovens desde 2006.
Para assegurar uma formação baseada nas demandas do mercado de tecnologia, a Acate e o Senai também lançaram, no ano passado, o DEVinHouse, um programa para formação de desenvolvedores em nove meses e com bolsas de estudo integrais. Empresas parceiras participam do projeto como patrocinadoras, ajudam a definir os conteúdos das aulas e se comprometem a contratar parte dos formados.
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A Acate também ajudou na definição dos conteúdos, de acordo com as demandas das empresas e dos cursos de formação do Portal Floripa Mais Empregos, iniciativa da prefeitura de Florianópolis e UFSC. Outra ação é o Programa Jovem Programador, coordenado pelo Sindicato Patronal das Empresas de TI de SC (Sepro/SC), e Senac/SC, em parceria com a Acate e empresas, com turmas em 12 cidades catarinenses.
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Além do edital, em conjunto com a Fapesc, que deve investir R$ 4 milhões para qualificar 1,2 mil pessoas em todas as regiões catarinenses. Esse edital da Fapesc mostra a atenção que o governo do Estado está dando e a oportunidade que o setor de tecnologia tem de aumentar ainda mais a empregabilidade no Estado. Além disso, proporciona a melhoria da renda média catarinense, uma vez que o segmento tem um salário médio quase três vezes maior que o de outros setores clássicos da economia.
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Como o foco é em uma jornada de formação de talentos para a tecnologia, esse movimento deve ser de longo prazo e englobar todas as fases de aprendizado. Inclusive com iniciativas para que crianças despertem para a tecnologia, passando por um reforço no ensino de ciências exatas, principalmente matemática. Na etapa seguinte, é importante também oferecer cursos de formação para jovens. Um exemplo é o Projeto Prototipando a Quebrada, de Florianópolis, que ensina adolescentes de espaços de sensibilidade social sobre tecnologia.
Todos esses fatores e iniciativas mostram que o desafio de formar talentos na área de tecnologia é complexo e exige um esforço conjunto de toda a sociedade. Em Santa Catarina, há diversos programas em andamento, para todas as etapas de aprendizagem, que evidenciam que estamos no caminho certo, porém ainda há muito para avançar.
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É fundamental uma jornada completa de formação de talentos para atender essa demanda crescente. E só assim SC e o país poderão avançar de forma mais consistente para uma verdadeira transformação digital.
*Iomani Engelmann é presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate)
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