O evento New World of Luxury (O Novo Mundo do Luxo, em tradução livre), sediado em Balneário Camboriú, marca a entrada permanente de Santa Catarina no eixo brasileiro do mercado de luxo. A fatia que cabe para o Estado nesse mercado concentra-se, especialmente, nos segmentos imobiliário, de design e arquitetura, e gastronômico.
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A presidente da organização Luxo Brasil, Marinez Pretto, afirma que os produtos e serviços de alto padrão encontram terreno fértil em SC. Primeiro, pela localização privilegiada do Estado, que atrai projetos luxuosos de empreendimentos à beira do mar, com destaque para Balneário Camboriú, a segunda cidade mais verticalizada do país.
E também pela sensibilidade e perfeccionismo do catarinense na fabricação de artigos e na entrega de serviços alto padrão – uma das características essenciais do luxo é o produto sem falhas.
De acordo com a especialista, este tipo de mercado em Santa Catarina ainda fica atrás daqueles de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Para Marinez, o brasileiro é o melhor povo do mundo para trabalhar com serviços. É, por isso, segundo ela, que dentro de pouco tempo o país será referência internacional em hotelaria.
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O consultor de luxo Carlos Ferreirinha acredita que o setor com mais potencial nesse mercado, no Brasil, é justamente o de serviços, com restaurantes, gastronomia, spas e hotelaria.
– Isso devido à mão de obra brasileira, que une técnica com humanização – resume o especialista.
Faltam funcionários, apesar dos salários
A presidente da Luxo Brasil fala, por outro lado, que faltam profissionais qualificados, mesmo com a oferta de altos salários. Segundo Marinez, lojas de roupas e acessórios de grifes como Gucci e Louis Vuitton pagam para um vendedor R$ 9 mil ao mês só de começo. Mas, é preciso ter curso superior e, no mínimo, falar duas línguas além do português.
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Eduardo Terra, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) destaca a principal barreira do mercado de luxo no país hoje: o Custo Brasil. Segundo ele, a alta carga tributária dos importados faz com que o país esteja exportando consumidores de luxo. A alta renda faz muito mais compras fora do Brasil.