Identidade musical não é rótulo ou gênero definido. É o que flui naturalmente nas mãos e na voz sem questionamentos. Ou sentimento puro e transparente, como prefere o cantor, compositor e produtor inglês Samuel J., 30 anos. Ele optou por explicar dessa forma seu estilo de tocar e cantar, porque se no seu primeiro álbum, Colorful Vibrations, as canções passeiam pela soul music / hip hop / acústico / folk / eletrônico, atualmente ele evita definições, mergulhado que está na brasilidade e na crença do poder unificador da música – e da música como linguagem universal.
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:: Samuel J canta música do novo álbum com exclusividade para o DC
O cantor é a atração desta segunda no Confraria Club, casa tradicionalmente dedicada à música eletrônica da Capital mas que hoje à noite abre as portas para o som que toca a alma feita por Samuel. Ele apresenta suas canções acompanhado de bateria eletrônica.
Na última sexta ele tinha a voz grave de quem ainda não tinha dormido em razão de um apresentação intimista, especial e ao ar livre realizada na noite e madrugada anteriores, na pousada em que está hospedado em meio à natureza próximo à praia da Joaquina, em Florianópolis. Mesmo assim cantou lindamente e contou sobre seu projeto mais recente, o Samuel J Brasil Live Project.
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– Cheguei no Brasil há oito anos. E tenho afinidade com a forma pela qual a música afeta as pessoas por aqui. Esse projeto é resultado de muitos anos de apresentações no país e das pessoas que conheci.
Samuel vive parte de seu tempo em São Paulo e outra parte entre circuitos de shows nos Estados Unidos e na Europa. Brasil Live Project está em gestação há dois anos e meio, e consiste na documentação em vídeos e músicas dos encontros com músicos brasileiros. A ideia partiu de uma parceria com Maria Gadú, quando os dois cantavam juntos uma canção e ele achou que seria interessante juntar dois idiomas numa mesma linguagem, a música.
Percorrendo esse caminho ele gravou com artistas como Alexandre Carlo (Natiruts), Maria Gadú, Armandinho, Marcelo D2, Antonio Eudi, Marcinho (Jota Quest), Gabriel O Pensador, Dani Black, Fernandinho Beatbox e até Tato, da banda de forró Falamansa. O disco já foi gravado e remixado e será lançado pela gravadora Sony em abril.
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Samuel J nasceu na Cornualha, condado localizado no sudoeste de uma península da Inglaterra. É uma região em que a herança celta é ainda presente, também por isso ele tem enraizado o gosto por folk e música irlandesa – embora tenha começado a carreira como MC-poeta, como ele descreve em simpático português. Suas criações são resultado do trânsito entre esses estilos, além de ter incorporado ao longo do tempo a música eletrônica.
O músico é famoso por performances em que o violão é também instrumento de percussão, alternando solos virtuosos e groove batucado. Ao falar de sua música, comenta que é uma arte feita de técnica e também de feeling.
– A música existe em muitas formas, e eu não quero existir como uma imagem com muitos “lkes”.
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Ele diz isso porque está menos preocupado com aparências e muito mais com a mensagem de suas canções e atitudes. Praticante de yoga, ele recorre à prática oriental – que ensina a estar presente na vida e “ser um” com o outro e com a natureza – para explicar sua forma de fazer música.
:: Agende-se
O quê: show de Samuel J. na festa Like a Boss Carnaval. KL Jay também se apresenta
Quando: hoje, a partir das 22h
Onde: Confraria Club (Rua João Pacheco da Costa, 30, Lagoa da Conceição, Florianópolis)
Quanto: R$ 40 (masc – 1º lote) / R$ 20 (fem – 1º lote). Valores sujeitos a alteração.
Informações: www.confrariaclub.com.br