A corrida começa com uma ligação para o número 192. O cuidado com a saúde do paciente passa de mãos em mãos até o motor de uma das ambulâncias ser ligado e o veículo partir rapidamente pelas ruas. Os obstáculos do trânsito e a distância até o local do chamado tornam-se apenas detalhes de uma grande engrenagem. A nobre missão de salvar vidas injeta diariamente adrenalina na equipe formada por 137 profissionais que integram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que comemora neste mês uma década de atuação em Blumenau.
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::: Confira a rotina das equipes do Samu com a missão de salvar vidas em Blumenau
::: Samu de Blumenau enfrentou dificuldades para se consolidar como referência
Veja o vídeo que mostra a rotina dos profissionais:
Para os profissionais que se entregam em jornadas de 12 horas, o verbo correr tem um significado maior do que apenas acelerar o passo. Quando alguém da equipe usa o verbo, significa que está dentro de uma ambulância, correndo para salvar alguém. No último dia 18 o Santa acompanhou parte da rotina: em uma corrida ao Badenfurt, às 9h, os profissionais atenderam uma paciente com câncer que passou mal durante a noite e foi encaminhada ao Hospital Santo Antônio. Em outro atendimento, por volta das 11h, um menino de seis anos, vítima de uma crise convulsiva, foi removido da unidade de saúde João Rosa Camargo, no Salto, também para o mesmo hospital.
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A adrenalina do dia a dia serve como combustível para profissionais como Larissa Barreto, enfermeira coordenadora das Unidades de Suporte Básico do Samu. Mesmo afastada da rotina – por causa das funções de gestão -, garante que às vezes participa da escala:
– Quando eu estou muito estressada, venho correr. A vida que está ali depende somente de mim e do meu desempenho.
Central de atendimento fica junto à PM
O trabalho em todos os setores do Samu funciona em um único ritmo e cada profissional precisa estar afinado com a função do colega. Se um erra, o desempenho da equipe pode estar comprometido. Hoje a Central de Regulação, que recebe as ligações, funciona integrada ao setor de emergência da Polícia Militar, na Rua Almirante Tamandaré. O coordenador médico do Samu no Vale do Itajaí, Renann Vicenzoto, explica que o fato de estar no mesmo setor com a PM otimiza o trabalho das equipes e evita desperdício de recurso, já que apenas o necessário é enviado ao local.
– Com a PM aqui, em casos de surtos, agressões ou baleados, passamos diretamente a situação para eles, para que enviem apoio ao local – explica.
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Chame o Samu – 192
O serviço pode ser acionado pelo telefone 192 quando uma pessoa apresentar alguma condição clínica que fuja da rotina, como dor no peito, perda da força de um lado do corpo e alteração de consciência. Em média, o atendimento telefônico dura no máximo dois minutos: cerca de 40 segundos para coletar os dados do paciente e um minuto de conversa com o médico.
Em caso de orientações por telefone, em que não é necessário encaminhar uma ambulância, a conversa com o médico pode durar até três minutos.
O serviço
O Ministério da Saúde implantou nacionalmente em setembro de 2003 o Samu, que hoje está em atividade em 926 municípios e atinge 92,7 milhões de pessoas. É um programa tripartite, que envolve os governos federal, estadual e municipal. A União disponibiliza as verbas que são repassadas aos estados, responsáveis por administrar o serviço. Santa Catarina é responsável pela Central de Regulação e pelas UTIs móveis. Aos municípios cabe a responsabilidade de administrar as Unidades de Suporte Básico e os profissionais das equipes. Em Blumenau a implantação foi em 2006.
Fluxo de trabalho
– O trabalho começa na Central de Regulação onde os profissionais recebem os chamados. A Central de Blumenau atende os telefonemas de 42 municípios.
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– O técnico auxiliar de regulação médica solicita os dados do paciente e verifica se não é um trote.
– A ligação é encaminhada ao médico regulador, que faz perguntas sobre a situação da vítima.
– Identificada a necessidade de atendimento, a ligação é encaminhada para o rádio operador, que faz contato com a base operacional mais próxima da ocorrência nas cidades atendidas.
– Só em Blumenau são quatro bases, nos bairros Vila Nova, Salto do Norte, Itoupava Central e Garcia.
z A ambulância mais próxima desloca-se até o local e, caso constate a necessidade do transporte, estabiliza o paciente e o encaminha para o hospital.
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