Amar. Verbo transitivo direto, que significa possuir afeição, demonstrar adoração, expressar amor por algo ou alguém. João e Mariana Camargo são provas vivas disso. Pai e filha, têm o amor incondicional um pelo outro que o mesmo sangue se encarrega de fazer fluir nas veias. E ambos nutrem esse sentimento por um outrém em comum: o basquete. E isso não é da boca pra fora. Carregam no nome. Olha as quatro letrinhas do verbo juntinhas no sobrenome. Amar.

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E esse amor se transformou em uma conquista importante e inédita para o esporte de Santa Catarina. No Dia dos Pais, juntos, os Camargo colocaram Blumenau na decisão da Liga de Basquete Feminino (LBF). Mariana em quadra, como atleta, João à beira das quatro linhas, como técnico da equipe.

Com o placar de 84 a 79, a equipe de Blumenau superou o Sampaio Correia neste domingo, em São Luis (MA), no segundo jogo dos playoffs da LBF. Com o resultado, o time catarinense fechou a série em 2 a 0, eliminou as atuais campeãs (e donas de dois títulos nacionais) e avançou para a decisão.

A ala-pivô Vitória Marcelino foi a maior pontuadora do time de Blumenau, com 22 pontos. Outras duas atletas anotaram mais de dois dígitos: as alas-armadoras Mariana Camargo e Leila, ambas com 12 pontos. No site da LBF, você confere mais detalhes das estatísticas do jogo.

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Na final, as blumenauenses vão enfrentar o Ituano-SP, que eliminou o Vera Cruz, de Campinas (SP), também por 2 a 0. Como terminou a fase de classificação com o 1º lugar, o time paulista terá vantagem nos mandos de quadra. A série decisiva será disputada em melhor de cinco jogos, quer dizer: o campeão terá que vencer três jogos. As datas do playoff final ainda não foram divulgadas pela organização da LBF.

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Essa é a primeira vez que uma equipe de Santa Catarina vai disputar o título nacional. A primeira vez que as mulheres passaram a competir pelo domínio nacional no basquete foi em 1984. Naquele ano, dois times paulistas chegaram à final: Prudentina, de Presidente Prudente (SP), e Minercal, de Sorocaba (SP). Desde então, os times paulistas dominam os títulos: são 30 no total. Equipes do Paraná, Pernambuco e Rio de Janeiro também chegaram à final e levantaram à taça, assim como o Sampaio Correia-MA.

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Festa blumenauense no Maranhão (Foto: Ronald Felipe, Sampaio Basquete, Divulgação)

O jogo

As blumenauenses começaram o jogo com tudo. Com a defesa ajustada e aproveitando a velocidade para impor o jogo de transição e os conta-ataques, as blumenauenses abriram vantagem no placar nos minutos iniciais. Com o decorrer do jogo, as donas da casa conseguiram equilibrar o duelo e assumiram a liderança do placar. Assim, o 1º período terminou 16 a 13 para o time de Blumenau.

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No 2º quarto, equilíbrio foi a palavra-chave. As duas equipes seguiram próximas no placar, trocando bolas e cometendo muitos erros. As donas da casa chegaram a abrir seis pontos de vantagem (31 a 25), no momento em que as duas equipes ficaram mais distantes no placar. As blumenauenses tiveram dificuldades no ataque, principalmente nos momentos em que precisava enfrentar a defesa adversária postada. E assim, o time do Maranhão fechou os dois primeiros quartos à frente no placar, por 34 a 32.

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Na volta dos vestiários, no 3º quarto, o jogo ganhou velocidade, com os dois times apostando no jogo de transição e os contra-ataques cedidos pelo adversário. Com algumas falhas na defesa, o time de Blumenau viu o time da casa disparar no placar, chegando a abrir 11 pontos de vantagem: 53 a 42. As blumenauenses conseguiram equilibrar as ações e reduzir a desvantagem. O período terminou com as donas da casa à frente no placar: 55 a 46.

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Mariana foi um dos destaques da vitória de Blumenau (Foto: Ronald Felipe, Sampaio Basquete, Divulgação)

No quarto e decisivo período, o time de Blumenau mostrou que a força do time é o jogo coletivo. Correram atrás do placar e tiraram a vantagem construída pelas adversárias, tornando os dois minutos finais um teste para cardíacos. Depois de ficar atrás do placar praticamente o jogo todo, as blumenauenses assumiram a liderança do placar a 29 segundos do fim do jogo: 70 a 68. A sete segundos do fim, as donas da casa empataram o jogo em 70 a 70. As blumenauenses tiveram a última posse de bola, mas não conseguiram converter. Assim, o jogo foi para a prorrogação.

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No tempo extra, as blumenauenses começaram com ritmo mais forte. Com a altura elevadíssima no jogo, os dois times cometeram muitos erros, sobretudo arremessos na linha de lances livres. Ainda assim, as blumenauenses chegaram a abrir seis pontos de vantagem: 78 a 72, com menos de um minuto para o fim do jogo. E essa vantagem foi fundamental para assegurar o triunfo das blumenauenses por 84 a 79.

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