Os efeitos do tempo seco são muitos. No corpo vão desde a dificuldade para respirar, por causa do ressecamento das vias aéreas, a alergias, problemas oculares e até desidratação, em casos mais severos. Se o corpo sente, a natureza também, e a olhos vistos. O rio Itajaí-Açu em Blumenau, por exemplo, está bastante abaixo do seu nível normal — em alguns pontos é possível identificar seu piso rochoso bastante aparente, que deixa evidente a falta de chuvas por estas bandas. Mesmo assim, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Blumenau garante: a captação e o abastecimento de água estão normais.
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Apesar da condição de estiagem, o diretor de Operações da autarquia Cleverton João Batista explica que os trabalhos não estão comprometidos, mas pede que a população consuma a água de forma consciente. Segundo ele, a Estação de Tratamento de Água (ETA) II, na Rua Bahia, quanto a ETA III, no Garcia, operam regularmente. A primeira capta a água para tratamento junto à usina da Celesc, que mantém uma barragem. A segunda também conta com um sistema de barragem, o que permite o armazenamento de uma espécie de “estoque”. Mesmo assim, ele solicita que os cidadãos evitem o desperdício.
Clima seco permanece
Pelo menos até o fim da semana não deve ocorrer chuva significativa em Blumenau, de acordo com a previsão do sistema AlertaBlu. Há possibilidade de chuva mais significativa causada pela chegada de uma frente fria entre domingo e segunda-feira, porém como a previsão é distante, o cenário ainda pode se alterar e a precipitação pode seguir para outras regiões do Estado, explica a meteorologista do AlertaBlu, Taciana Weber.
O mês de setembro registrou em média, até segunda-feira, 1,4 milímetro de chuva. A falta de chuvas é causada por bloqueios atmosféricos que dificultam o avanço das frentes frias (sistema que provoca a chuva). A última precipitação com intensidade foi registrada no dia 20 de agosto.
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— Fora isso foram só algumas ocorrências de chuva muito fraca, que não fazem diferença dentro desse período que estamos passando — explica a meteorologista. O último mês com maior acumulado de chuvas foi junho, mas depois a configuração climática mudou e em julho já foram observados bloqueios que também dificultaram a chegada das chuvas, o que resultou em volumes abaixo do esperado. Durante todo o mês foram registrados 15,2 milímetros, enquanto o normal seriam 126.
Em agosto a condição se aproximou do esperado para o inverno, com chuvas espalhadas de forma desigual pela cidade, porém em maiores volumes, com média de 84,6 milímetros. O rio Itajaí-Açu também está muito abaixo do nível normal. Neste caso a medida varia bastante durante todo o dia, explica Weber. Nesta terça-feira, no final da tarde as águas estavam com 1,32 metro, porém, durante a maré baixa em Itajaí — quando o rio escoa mais rápido para o mar — as medições chegaram a a apontar apenas 16 centímetros de profundidade.
Nesta quarta-feira todos os meteorologistas de Santa Catarina se reúnem no Fórum Climático Catarinense para definir a previsão do tempo para os próximos três meses, ou seja, a tendência do que deve ocorrer durante a primavera, estação que começa na sexta-feira. O encontro ocorre no Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), na Epagri, em Florianópolis.