A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) está realizando uma reestruturação interna de gestão e na área de licenciamentos ambientais para acelerar a tramitação dos processos em análise pelo órgão em Joinville. As mudanças incluem reformas administrativas com realocação de servidores, gerenciamento de indicadores de desempenho, ampliação do horário de atendimento à população, revisão da legislação e criação de uma força-tarefa.

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Desde o ano passado, com a decisão da Justiça de mandar devolver todos os processos de licenciamento ambiental do Instituto do Meio Ambiente (IMA) à Sama, a Prefeitura vinha sendo pressionado pelas entidades para encontrar uma solução para o problema. Segundo elas, a polêmica da transferência dos processo do município para o órgão estadual gerou impactos para Joinville, como a demora na liberação de alvarás e o risco da cidade perder novos investimentos.

A Sama então desenvolveu a reestruturação para tentar solucionar o problema, já que os recursos apresentados pelo município contra a decisão da Justiça até agora não conseguiram reverter a situação. Segundo o diretor executivo da secretaria, Caio Amaral, com a criação de uma força-tarefa em 1º de junho deste ano foi possível reduzir a fila de processos em análise. Ele apresentou os dados em reunião na Associação Empresarial de Joinville (Acij) nesta semana.

— Nós estamos fazendo uma reestruturação de processos para requalificar o licenciamento ambiental em Joinville. Nós já reduzimos em 15% a nossa fila total em 60 dias e sabemos que ainda temos alguns gargalos internos que precisamos melhorar para que o processo possa fluir, mas estamos com um time bem integrado, trabalhando com os nossos recursos e isso tem fluído bem — avalia.

O número de processos em análise pela Sama era de 1.275 em junho, mas o número caiu para 1.082 até esta semana. Destes processos, 546 são de monitoramentos de condicionantes – em que já houve a liberação de licença, mas a secretaria precisa fazer o controle semestral ou anual – e outros 536 são de novos pedidos que aguardam por análise. Este último número teve uma queda de quase 10% se comparado aos dados de início de junho.

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Amaral também destacou que 40% dos 536 novos processos protocolados na Sam já estão com o empreendedor para análise e os demais 60% estão com a prefeitura. Em 1º de junho, essa proporção era de 25% (empreendedor) para 75% (município). Ele ainda ressaltou que houve um aumento de 51% nas respostas de pedidos de licenças nos últimos 60 dias.

Reunião na Acij reuniu quase 300 pessoas
Reunião na Acij reuniu quase 300 pessoas (Foto: Cleber Gomes/Acij)

Outras medidas

São 23 servidores atuando apenas no setor de licenciamento ambiental, sendo 13 na área de estudos ambientais, quatro na terraplanagem e outros seis na supressão de vegetação. Antes da reforma administrativa, esses profissionais também dividiam a atuação com o atendimento à população, mas foi criada uma gerência exclusiva para as análises.

Agora os processos também são encaminhados em menor número aos servidores, que têm prazos definidos para a entrega. E o parecer técnico passou a ser mais conclusivo, sendo dividido em "deferido", "deferido com condicionantes" ou "indeferido".

Segundo o diretor executivo da Sama, no passado o parecer era mais genérico e a secretaria trabalhou para torná-lo mais objetivo. Ainda foi criado um painel de produtividade e indicadores, em que é possível visualizar em que etapa está o processo e o que falta ser analisado.

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Durante a reunião na Acij, os empresários questionaram o representante da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente sobre a adoção de um modelo de autodeclaração do licenciamento ambiental, em que os empresários fazem a declaração e o município, posteriormente, realiza a fiscalização. O diretor-executivo da Sama explicou que os estudos ainda estão em fase inicial.

— Tem de ser realizadas consultas aos conselhos ambientais, estadual e municipal, aos órgãos de fiscalização e a equipe interna porque é um tema sensível e o processo é complexo. Estamos analisando os códigos municipais de meio ambiente e de obras e as instruções normativas — explicou.

Estão sendo realizados estudos de caso em cidades que já adotaram o modelo, como Fortaleza (CE) e Cariacica (ES), e ainda um diagnóstico das legislações municipais para avaliar como Joinville pode colocar em prática o projeto.

Atendimento ao público

– Horário de atendimento ao público foi ampliado: das 8 às 18 horas

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– Balcão de atendimento fica na sede da Prefeitura, onde o público pode procurar atendimento e protocolar processos simples.

– Processos maiores e mais técnicos precisam de atendimento por agendamento, que pode ser feito no site da Prefeitura.

– Após a queda do telhado da Sama, as equipes foram distribuídas para outros prédios da prefeitura (Arena Joinville, Expoville, Hospital São José e sede da Prefeitura)

– Previsão inicial de mudanças das equipes para o novo endereço (no bairro América) é de 60 dias

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