Católicos, umbandistas e candomblecistas celebram o Dia de São Jorge neste sábado, 23 de abril. O santo foi um soldado romano imortalizado pela imagem em que combate o dragão, simbolizando fé forte e corajosa que triunfa sobre a força do mal. Com forte influência na cultura brasileira, e também conhecido como Jorge da Capadócia, é identificado em religiões afro como Ogum, o orixá da guerra, do ferro, e do fogo.
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A veneração segue critérios regionais. Em Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro, o santo foi sincretizado a Ogum. Já na Bahia como Oxóssi, relacionado ao conhecimento e a natureza.
São muitas as lendas em torno do santo. Uma delas diz que as manchas apresentadas pela lua representam o santo e sua espada pronto para defender aqueles que pedem ajuda. São Jorge é pop. Junto com Nossa Senhora Aparecida, a padroeira, é um dos santos mais conhecidos no país. Para se ter uma ideia da devoção, ele é padroeiro do Corinthians e de seus torcedores, assim como da Cavalaria do Exército Brasileiro, e de muitas escolas de samba, como o Império Serrano, no Rio de Janeiro.
> Dia de São Jorge: saiba a verdadeira história e origem do ‘santo guerreiro’
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“Um santo antigo para os novos tempos”, diz sacerdote
A fama de São Jorge segue pelo mundo: é padroeiro de países como Inglaterra, Portugal, Alemanha, Grécia, Palestina, e das regiões da Catalunha, Gênova, Veneza. E claro, da Georgia. Também protege as cidades de Ilhéus e Rio de Janeiro.
— Um santo antigo para os novos tempos, pois é atual e cheio de virtudes para um mundo que clama por autenticidade e delicadeza de alma — sugere o padre Jerônimo Gasques, autor do livro “São Jorge, História e devoção de um santo muito amado”.

“A veneração nunca foi proibida”, explica vigário geral
Padre Vitor Feller, vigário geral da Arquidiocese de Florianópolis, lembra que assim como ocorreu com Santa Catarina de Alexandria, São Jorge teve se o nome retirado do calendário litúrgico universal. Isso ocorreu durante o Concílio Vaticano II (1962-1965) sob alegação da falta de comprovação histórica.
Porém, devido ao estado catarinense e também pela fé do povo do Rio de Janeiro no santo guerreiro, os dois nomes são reconhecidos no calendário litúrgico nacional pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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— A veneração não foi proibida. A paróquia São Jorge, localizada no município de Passos Maia e que pertence a diocese de Joaçaba, foi fundada no dia 23 de abril de 1958, e festeja a data com muita fé — diz padre Vitor.
“Faça sua conexão com este orixá poderoso”, recomenda mãe de santo
Para a babalorixá Mãe Beth de Oxum, com mais de 30 anos de umbanda e no comando de um terreiro no Caminho dos Açores, em Florianópolis, o sincretismo se encarregou de tornar a entidade muito popular.
— Estamos falando de um orixá que por ser das armas e defesa do corpo é patrono das polícias, mas ao mesmo tempo da agricultura por causa das ferramentas e também das tecnologias surgidas a partir do que ele forjou.

Mãe Beth deixa uma dica para quem quiser aproveitar saudar o santo do dia.
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— Se abrir uma cerveja branca, oferecer um pouquinho; coloque uma planta espada de São Jorge na entrada de casa; faça mentalmente uma prece para que Ogum proteja seu corpo de todo o mal. Faça sua conexão com este orixá poderoso.
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