Em pouco mais de 30 dias, três dos principais salões de automóveis do mundo – Tóquio, Detroit e Nova Délhi – mostraram o que representa o veículo e as tendências dos próximos anos: carros menores, amigáveis ao ambiente, avançada tecnologia e crescente participação dos modelos híbridos e elétricos.

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O próximo passo é a interatividade com redes sociais. E, claro, o apoio incondicional do governo por meio de incentivos fiscais. A redução do tamanho, adotada pelos asiáticos e adequada aos novos tempos, chegou aos EUA. A dúvida é quanto tempo os americanos, acostumados com os carrões grandes e beberrões, levarão para se adequar à nova realidade.

Para movimentar a riqueza do país, o governo do Japão estimula a renovação da frota com isenção de impostos para os carros movidos a energia elétrica ou por motores a bateria e combustão.

O mesmo ocorre nos EUA, onde o valor total dos tributos pode ser descontado do imposto de renda. O Prius, o híbrido mais vendido do planeta e que ainda no primeiro semestre desembarcará no Brasil, ganhou nova versão, a Plug In, mais avançada, em que a bateria pode ser recarregada em qualquer tomada residencial de 110 volts ou 220 volts. O modelo foi destaque nos eventos da Índia e dos EUA.

Os recursos eletrônicos que, por muito tempo, foram exclusivos dos países desenvolvidos, hoje são compartilhados. Se os japoneses levaram 20 anos para conquistar norte-americanos e europeus, os sul-coreanos levaram 10, os chineses levarão cinco, e os indianos, um pouco mais.

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A China e a Coreia do Sul são os principais fabricantes de componentes automotivos, inclusive para montadoras brasileiras. Os chineses, além da vantagem do baixo custo da mão de obra e da cotação artificial do câmbio, controlado pelo governo, contam ainda com a transferência de tecnologia dos grandes grupos internacionais que só podem se instalar no país em associação com uma empresa local.

A Índia, que faz concorrência ao Vale do Silício em pesquisa e desenvolvimento digital, teve significativo impulso com a crise dos países ocidentais. Um dos exemplos foi a compra de empresas tradicionais, a Jaguar e a Land Rover, pelo grupo Tata, paradoxalmente, a companhia que lançou recentemente o carro mais barato do mundo, o Nano, a US$ 2 mil. A aquisição permitiu à indiana o acesso à avançada tecnologia das duas tradicionais marcas britânicas. Em Nova Délhi, a Tata apresentou o ousado Pixel, um carro urbano que faz 29 quilômetros por litro de diesel e custará US$ 5,2 mil, e o utilitário esportivo Safari.

Propositadamente ou não, as duas marcas do grupo indiano estavam ausentes de Detroit. Orgulhoso, Ratam Tata, 73 anos, um dos homens mais ricos do mundo e um dos principais acionistas individuais da italiana Fiat, apresentou o C-X75, avançado híbrido com produção limitada a 250 unidades que deverá custar em torno de 700 mil euros. Carroceria em fibra de carbono, propulsão elétrica e a combustão, o cupê acelera de 0 a 100 km/h em menos de três segundos e chega à velocidade máxima de 325 km/h.