Em relato exclusivo feito à reportagem do Santa, um ex-atleta do Blumenau Esporte Clube revela que a dificuldade vivida pelo grupo de jogadores foi um dos fatores que motivou a suposta manipulação de resultados na Série B e Copa Santa Catarina. Com salários atrasados há pelo menos cinco meses e elenco hospedado em um alojamento improvisado às margens da Rua Ricardo Stanke, na Margem Esquerda, em Gaspar, o time convive com falta de apoio e problemas financeiros.
Continua depois da publicidade
O técnico Viton, por exemplo, revela que vive de ajudas esporádicas e que neste ano não teria recebido salário um mês sequer. De acordo com o treinador a dívida que o clube tem com ele chega à marca de R$ 40 mil. O atleta que conversou com a reportagem também alegou que estava sem receber e precisaria "pagar contas", e que por isso teria aceitado o convite.
Mesmo com todos esses problemas, o Blumenau conseguiu se manter na Série B do Catarinense, ao ficar na sétima colocação. As dificuldades, porém, ficaram ainda maiores na deficitária Copa Santa Catarina e o clube se afundou ainda mais em dívidas. Jogadores que seguem alojados no galpão dizem que chegaram a passar o próprio cartão de crédito para comprar comida. O atual presidente confirma essa informação e diz que a falta de apoio e o abandono de patrocinadores foi o que trouxe ainda mais problemas.
Disputa pela presidência
Outro fator que enfraqueceu o Blumenau em 2018 foi uma disputa jurídica pela presidência do Tricolor que começou em meados de março. Na ocasião, clube e Associação Amigos do BEC (entidade formada por torcedores e que visa manter viva a história do time) entraram em conflito semanas após anunciarem uma parceria para gestão.
A associação alegou que havia problemas na prestação de contas e na gestão do então presidente Wanderlei Laureth que, por sua vez, dizia que a entidade não teria feito aquilo que era de sua competência, como apresentar o elenco da categoria de base e definir local para treinamento.
Continua depois da publicidade
Entre o toma lá, dá cá de acusações e trocas de farpas na mídia, o Blumenau perdeu tempo e teve a preparação para a Segunda Divisão do Campeonato Catarinense comprometida. Sem dinheiro, com uma dívida que passava da marca de R$ 100 mil referente a 2017 e afundado em problemas, Laureth iniciou o um processo de terceirização da gestão do clube que viria a terminar na chegada de Carlos Henrique Zidane ao cargo de interventor.
A três rodadas do fim da Copa SC, o Blumenau não vai jogar na cidade que leva no nome por dívidas com a administração do Sesi – . Sem chances de se classificar à semifinal da competição e sem vencer uma partida sequer até agora, o time junta os cacos. O desafio, agora, é amenizar os problemas para tentar colocar o Tricolor em campo na Série B do Estadual, prevista para o segundo semestre de 2019.
Leia mais:
Ex-atleta do Blumenau diz que três jogos teriam sido vendidos na Série B e detalha o suposto esquema
Blumenau afasta jogadores por suspeita de venda de resultados na Copa Santa Catarina
Federação recebeu denúncia de suposta venda de resultados do Blumenau antes da Copa SC