Dois dos três senadores gaúchos manifestaram sua posição em relação à votação do salário mínimo que ocorre nesta tarde no Senado, em entrevista ao Gaúcha Atualidade. Embora ainda defenda sua emenda propondo a antecipação de parte do reajuste esperado para o ano que vem, Paulo Paim (PT) sinalizou que votará com o governo. Já Ana Amélia Lemos (PP) garantiu apoio à emenda que reajusta o mínimo para R$ 600, proposta defendida durante a campanha eleitoral.

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– Defendi junto com as centrais uma antecipação. Como não houve espaço para isso, aprovaria os R$ 545 e buscaria então a antecipação – afirmou Paim.

A emenda do senador propõe antecipação de R$ 2,75 do reajuste previsto para 2012, o que elevaria o mínimo para R$ 560 ainda este ano. No entanto, sob forte pressão do Planalto, ele não conseguiria reunir as 17 assinaturas necessárias para apresentá-la.

Apesar da expectativa dos senadores de que o governo sairá vitorioso da votação no Senado, a polêmica deve ficar por conta da proposta de adoção de decreto presidencial nos reajustes do mínimo até 2015. O ponto consta no texto do projeto que veio da Câmara dos Deputados – que deve ser aprovado sem mudanças para que o governo possa sancionar a proposta ainda neste mês.

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– Manifestei minha oposição a esse sistema de decreto lei porque elimina a participação e a discussão do Congresso Nacional. Mas o governo quer tirar de discussão esse assunto, a cada ano, pois ele, de alguma maneira, sempre provoca desgaste político do governo.

Na tarde de ontem, o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que o partido vai apresentar uma emenda para derrubar o artigo que permite ao Executivo estabelecer por decreto o valor do salário mínimo a vigorar entre 2012 e 2015. Se o partido for derrotado, ingressará no Supremo Tribunal Federal (STF) com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) questionando esse quesito da proposta do governo.

De acordo com a Rádio Gaúcha, o senador Pedro Simon (PMDB) foi contatado, mas não quis manifestar o seu voto.

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Fator previdenciário

Independente do resultado da votação no Senado, Paulo Paim afirmou que vai manter a defesa pelo fim do fator previdenciário, índice que funciona como redutor para as aposentadorias.

– A partir da votação do mínimo de R$ 545, o fim do fator previdenciário passa a ser o meu cavalo de batalha – disse Paim.

Para Ana Amélia, a correção da tabela do Imposto de Renda e o fim do fator previdenciário são obrigações do governo. Além disso, ela defendeu uma auditoria sobre as contas da Previdência.

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– Durante a campanha eleitoral, constatei que muitos homens e mulheres tiveram de voltar ao mercado de trabalho para recompor a renda familiar. O reajuste da forma como foi tratado acabou levando ao empobrecimento dos apostentados. Uma auditoria seria a melhor maneira de evitar fraudes que acabam penalizando a categoria.

Ouça a entrevista com Ana Amélia Lemos:

Ouça a entrevista com Paulo Paim: