Os bons tempos estão de volta em Detroit, sem, no entanto, os exageros dos anos 1990 ou da virada do século quando o North American Auto Show (Naias) era uma glamourosa festa no melhor estilo de Hollywood. A cautela, reflexo do choque provocado pela bolha imobiliária em 2008 na economia norte-americana e no mundo e das incertezas deixadas pelo risco do abismo fiscal, só amenizadas no primeiro dia no ano – quando Democratas e Republicanos sentaram à mesa e resolveram as diferenças -, ainda cobre os EUA. Mas não compromete o otimismo que invade o Cobo Center (local do Salão de Detroit) e a Joe Louis Arena. A abertura do 25º Salão do Automóvel de Detroit, na manhã desta segunda-feira para a imprensa, mostra a recuperação do setor automotivo puxando o crescimento do país da América do Norte. As três grandes fabricantes locais e as estrangeiras comemoram os melhores resultados dos últimos anos na América, na contramão da Europa, como ocorreu na primeira entrevista coletiva, a da Chrysler, e continuoucom as da General Motors, da Lincoln, da Ford, da Mercedes-Benz e Smart, da Audi e da Volkswagen. Pelos estandes, são 50 apresentações, das quais 37 internacionais, e mais de 700 carros expostos.

Continua depois da publicidade

A Chrysler comemorou o título da Ram 1500 de Picape do Ano nos EUA. Suas novidades são o novo Grand Cherokee, o Compass e Patriot e o Dart GT. Na Fiat, a controladora do Chrysler Group, estão o 500 concept, o 500 Abarth e o 500 Gucci Cabriolet. A Corvette Stringray, o Silverado e o Spark são as atrações da General Motors. A Volkswagen tem como destaque o utilitário esportivo híbrido CrossBlue, desenvolvido para a América do Norte e equipado com um motor turbodiesel e dois elétricos.

Os carros esportivos e os arrojados conceituais acompanham a realidade dos novos tempos: são resultado do preço do petróleo, da atenção à mobilidade urbana e dos movimentos ecológicos. Amigáveis com o ambiente, mostram a evolução tecnológica com novos materiais ou motores mais econômicos e limpos, que reduzem o consumo de combustível e os índices de emissões. Os carros híbridos equipados com motores elétricos e a gasolina, diesel ou etanol estão nos estandes de todas as montadoras. Os elétricos também avançam, mas ainda restritos às dificuldades causadas pelo peso das baterias e pelas dificuldades de abastecimento. Convivem com os luxuosos carrões e as supermáquinas, tão ao gosto dos norte-americanos, e esbanjam luxo, sofisticação, desempenho e potência.

Gilberto Leal viajou para Detroit a convite da Anfavea

Continua depois da publicidade