Homicídio, tentativa de homicídio, associação criminosa, lesão corporal e incitação à violência em ambiente esportivo são alguns dos crimes supostamente cometidos no passado pelos torcedores de Atlético-PR e Vasco que estão na lista de 40 pessoas identificadas pela Polícia Civil durante briga na Arena Joinville no dia 8.

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A torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético Paranaense, e as organizadas Força Jovem, Ira Jovem e Pequenos Vascaínos, do Vasco, são suspeitas de participação na pancadaria que quase acabou em morte há uma semana – o último ferido deixou o hospital na tarde de sexta-feira. Entre os que estavam no estádio há inclusive torcedor com processo em trânsito, caso de Leonardo Rodrigues Borges, o Baiano, que responde inquérito por homicídio de um torcedor do Paraná Clube. O júri ainda não foi marcado. Ele é integrante da Os Fanáticos, torcida cujo lema é “Atlético até a morte”, de acordo com o site oficial.

A polícia trabalha com a hipótese de ao menos 100 torcedores envolvidos no confronto. A informação é do delegado responsável pelo inquérito e titular da Delegacia Regional de Joinville, Dirceu Silveira Junior.

– Vamos tentar chegar em todos os nomes para descobrir quem participou dos atos criminosos e quem apenas estava fugindo da violência – disse.

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No caso estão quatro delegados, três policiais do núcleo de inteligência e 12 agentes em trabalho de campo no inquérito que deverá terminar antes do prazo legal previsto: 10 de janeiro. Policiais civis do Paraná e do Rio de Janeiro estão no apoio.

Investigação cruza dados de torcedores

A investigação está em fase de análise de dados compartilhados pelas polícias dos Estados. Estão sendo verificadas imagens de TV e fotos captadas no jogo, informações apuradas pela polícia local e as mais de 200 denúncias anônimas recebidas até a tarde de sexta-feira no e-mail criado para a investigação (denunciajogojoinville@pc.sc.gov.br). Silveira Junior e o promotor criminal de Joinville, Ricardo Paladino, se reuniram na sexta para trocar informações.

– Estamos nesta parte crucial de identificação e qualificação dos suspeitos, cruzando dados para colocá-los no cenário da briga e então verificar a participação e o tipo penal para cada suspeito – falou.

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A prisão de Arthur Barcelos de Lima Ferreira, 26 anos, Jonathan Fernandes dos Santos, 30 anos, e Leone Mendes da Silva, 23 anos, foi convertida em preventiva no dia 9. Os torcedores do Vasco foram autuados por tentativa de homicídio, associação ao crime, danos ao patrimônio e incitação à violência em ambiente esportivo previsto no Estatuto do Torcedor. Um dos três deverá se indiciado também por furto.

O bastão de madeira usado por Leone para espancar o torcedor do Atlético-PR foi encaminhado para a perícia. Oito testemunhas já foram ouvidas. O delegado informou que os suspeitos deverão ser ouvidos pessoalmente, caso as residências estejam concentradas em até duas cidades, como Rio de Janeiro e Curitiba. Se forem muitas, a opção será carta precatória.

Fábio Almeida, um responsáveis pelo quadro de sócios da Os Fanáticos, informou que os torcedores identificados serão submetidos a um comitê de ética para avaliar se continuam na torcida..

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Perguntado do porquê de a população colaborar com denúncias anônimas, já que não é comum essa participação popular na solução de crimes, Silveira Junior disse que o episódio revoltou muita gente.

– Na rua, sinto um sentimento de que o povo de Joinville ficou chocado com a exposição negativa que teve a cidade – finalizou o delegado.