Entre as poucas definições que restam ser tomadas pelos partidos em Santa Catarina antes de “colocarem o bloco na rua” para a campanha eleitoral, uma delas é a dos suplentes de senador.

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O cargo é considerado um caso à parte porque leva para o Legislativo uma lógica comum do Executivo. Diferentemente dos deputados e vereadores, que são substituídos conforme a ordem de votação, por outros candidatos que receberam votos, mas não o suficiente para se elegerem, os senadores já levam consigo dois suplentes quando são eleitos — uma espécie de “vice”, que poderá substituí-lo.

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Em caso de renúncia, cassação, afastamento por doença ou morte, quem assume é um dos dois suplentes de senador já previstos na chapa.

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Em Santa Catarina, praticamente todos os 11 candidatos que devem concorrer à vaga em disputa neste ano no Senado já definiram o nome dos suplentes (veja lista abaixo). O Pros informou nesta sexta-feira (12) que não deverá lançar candidato a senador.

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As vagas de suplente de senador costumam ser as últimas a serem definidas nas chapas e por vezes dependem dos arranjos feitos antes para outros cargos. Por conta disso, pode passar como uma figura mais discreta na composição das coligações e ser pouco explorado nas campanhas. Pelo menos, na teoria.

Na prática, no entanto, o retrospecto mostra que os suplentes de senador podem ganhar protagonismo. Nos últimos 20 anos, em três oportunidades os mandatos de senadores catarinenses foram concluídos não pelo titular, mas pelo suplente.

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Neuto de Conto (MDB) substituiu Leonel Pavan (PSDB) entre 2007 e 2010, período em que o tucano deixou o Senado e passou a ser vice-governador. Casildo Maldaner (MDB) cumpriu a segunda metade do mandato de Raimundo Colombo (PSD), de 2011 a 2014, após o lageano ser eleito governador. Dalírio Beber (PSDB) foi senador de 2015 a 2018, após a morte de Luiz Henrique da Silveira (MDB), que havia sido eleito para o Senado em 2010.

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Em 2022, dois senadores em metade de mandato estão na disputa pelo governo de SC — Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL). Caso um deles vença a disputa, também pode repetir a história e abrir a vaga para o suplente.

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A lógica ocorre também em outros estados. Dos 81 senadores atualmente no cargo, 12 são suplentes. Três substituem parlamentares que morreram durante o mandato, quatro estão no lugar de quem renunciou ao cargo — em geral para assumir funções como governador nos estados — e outros quatro substituem parlamentares que tiraram licença de mais de 120 dias. Um senador, Ciro Nogueira (PP-PI), assumiu um ministério no governo federal e também abriu espaço ao suplente. 

Professor de Administração Pública e coordenador do programa de extensão Educação e Cultura Política da Udesc Esag, Daniel Pinheiro diz que uma crítica que existe ao modelo da suplência no Senado é que muitas vezes as mudanças resultam em um parlamento que não foi efetivamente o escolhido pelo eleitor.

— A gente tem que pensar que quando está votando no senador, também vai votar no suplente para oito anos. Muitas vezes acontece de ele concorrer a cargos executivos, e em metade do mandato o eleitor acaba sendo defendido por um suplente que a maioria das pessoas não conheceram. Como é o caso do vice, no Executivo — compara. 

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Confira os suplentes de senador já definidos em SC

Afrânio Boppré (PSOL)

  • 1ª suplente: Miriam Prochnow (PSOL)
  • 2º suplente: Maria Cristina (PSOL)

Celso Maldaner (MDB)

  • 1ª suplente: Nazareno Martins (Podemos)
  • 2º suplente: Edinho Bez (MDB)

Christiane Stuart (PSC)

  • 1ª suplente: Bruna Werner (PSC)
  • 2º suplente: Wanderlei Marega (PSC)

Dário Berger (PSB)

  • 1ª suplente: José Fritsch (PT)
  • 2º suplente: Guaraci Fagundes*

Gilmar Salgado (PSTU)

  • 1ª suplente: Marina Soares
  • 2º suplente: Tarcísio Eberhardt

Hilda Deola (PDT)

  • 1ª suplente: Adílson Buzzi (PDT)
  • 2º suplente: Gui Pereira (PDT)

Jorge Seif (PL)

  • 1ª suplente: Hermes Klann (PL)
  • 2º suplente: Adrian Censi (PL)

Kennedy Nunes (PTB)

  • 1ª suplente: Bruno Bortoluzzi (PSDB)
  • 2º suplente: Rutineia Rossi (PTB)

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Luiz Barboza Neto (Novo)

  • 1ª suplente: Helon Antônio Rebelatto (Novo)
  • 2º suplente: Cariny Figueiredo (Novo)

Raimundo Colombo (PSD)

  • 1ª suplente: Ivandro de Souza (União Brasil)
  • 2º suplente: David Labarrica (Patriota)

Caroline Santana (PCO)**

  • 1ª suplente: Douglas Mesquista Santaellano (PCO)**
  • 2º suplente: Alessandro dos Santos Leitão (PCO)**

* A assessoria do PSB e de Dário Berger não informaram o nome do 2º suplente até a publicação. O nome de Guaraci Fagundes (PV) aparecia no portal DivulgaCand, do TSE, na manhã de segunda-feira (15)

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** A equipe do PCO não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria. Os nomes dos suplentes apareciam no portal DivulgaCand, do TSE, na manhã de segunda-feira (15)

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