A Justiça Federal do Paraná investigará nomes de suspeitos de envolvimento em contribuições ilegais a campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2006 e de Dilma Rousseff em 2010.

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Os nomes foram citados durante a delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. Como os suspeitos mencionados por Pessoa não têm foro privilegiado, eles foram remetidos pelo ministro do STF Teori Zavascki à primeira instância, na 13ª Vara Federal de Curitiba, a cargo do juiz Sergio Moro.

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Quem deve ser investigado pela Justiça Federal do Paraná (sem foro privilegiado)

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Como está a situação de quem o dono da UTC, Ricardo Pessoa, aponta como receptador de doação ilegal:

– Campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010: coleta de R$ 2 milhões por Antonio Palocci (ex-ministro) e José de Filippi (PT). Justiça analisa nesta semana abertura de processo.

– Campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2006: coleta de R$ 2,5 milhões. Investigados José de Filippi, tesoureiro da campanha, e João Vaccari Neto, que foi tesoureiro do PT. Justiça analisa nesta semana abertura de processo.

– Ex-presidente da Transpetro Sergio Machado: é suspeito de ter recebido R$ 1 milhão.

– Ex-senador Gim Argello (PTB-DF): teria recebido R$ 5 milhões.

Quem deve ser investigado no STF (com foro privilegiado)

– Campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2014: ministro Edinho Silva. Teria ajudado a coletar R$ 14 milhões.

– Ministro Aloizio Mercadante (PT): pela campanha dele a governador de São Paulo em 2010, teria recebido R$ 250 mil.

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– Senador Fernando Collor (PTB-AL): teria recebido R$ 20 milhões.

– Senador Edison Lobão (PMDB-MA): suspeito de receber R$ 1 milhão.

– Senador Ciro Nogueira (PP-PI): teria recebido R$ 2 milhões.

– Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP): é suspeito de ter recebido R$ 200 mil. STF já abriu investigação.

– Senador Benedito de Lira (PP-AL): teria recebido R$ 400 mil. STF já abriu investigação.

– Deputado Arthur Lira (PP-AL): é suspeito de ter recebido R$ 1 milhão. STF já abriu investigação.

– Deputado Júlio Delgado (PSB-MG): teria recebido R$ 150 mil.

– Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE): teria recebido R$ 300 mil.

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Doações foram mediante coação, diz Pessoa

Em sua delação, Pessoa disse ter feito contribuições ilegais para a campanha à reeleição do ex-presidente Lula em 2006, por meio de repasses de recursos ao ex-deputado José de Filippi Júnior (PT-SP), que foi tesoureiro da campanha de Lula em 2006.

Filippi também atuou na coleta de recursos para a eleição de Dilma em 2010. Outro que deve ser investigado pela campanha petista à Presidência de cinco anos atrás é o ex-ministro Antonio Palocci, que teria aceito recursos provenientes da corrupção da Petrobras. Tanto Palocci quanto Filippi não têm foro privilegiado.

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O ex-ministro já é investigado por conta da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou que Palocci recebeu R$ 2 milhões para a campanha presidencial de 2010.

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As contas de Dilma para a reeleição à Presidência em 2014 serão investigadas pelo STF. Isso porque seu tesoureiro de campanha, atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, tem foro privilegiado.

Pessoa disse que todas essas doações foram mediante coação – ele teria sido obrigado a fazer donativos oficiais às campanhas, mas na realidade seria propina para que a UTC pudesse participar de obras.

* Zero Hora