O comandante do Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido há oito dias é um fã dos aviões, a ponto de ter montado o próprio simulador de voo. Já o jovem copiloto é “um bom menino”, distante da imagem de “Don Juan” propagada pela televisão, segundo pessoas próximas.
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O voo MH370 sumiu uma hora depois de ter decolado de Kuala Lumpur com destino a Pequim.
Isto provocou uma busca incessante em uma região, a princípio, equivalente à superfície de Portugal, mas que foi se ampliando conforme novos dados eram divulgados. Por enquanto, as buscas, que contam com participação de diversos países, entre eles China, Estados Unidos e Japão, não deram resultados.
A última tese oficial do governo malaio afirma que o avião foi desviado deliberadamente e que, com os aparelhos de comunicação desativados, continuou voando por quase sete horas depois de não ser mais detectado pelos radares civis.
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Os investigadores analisam os perfis dos 227 passageiros e dos 12 membros da tripulação que estavam a bordo, estudando, em particular, a pista de uma eventual sabotagem.
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A personalidade e a vida dos dois pilotos, o comandante Zaharie Ahmad Shah, 53 anos, e seu copiloto, Fariq Abdul Hamid, 27 anos, são examinadas detalhadamente pelos investigadores e, inclusive, pelos meios de comunicação.
Um canal de televisão australiano exibiu nesta semana uma entrevista com uma jovem sul-africana que disse ter sido convidada a entrar na cabine por Hamid e por um de seus colegas durante um voo entre Phuket (Tailândia) e Kuala Lumpur, em 2011.Depois dos atentados em Nova York de 11 de setembro de 2001 está formalmente proibido convidar qualquer passageiro à cabine de pilotagem durante o voo. A Malaysia Airlines anunciou ter ficado chocada com as afirmações, que ainda precisam ser confirmadas.
Um piloto precoce
O jovem começou a trabalhar na empresa aérea com apenas 20 anos, depois de estudar pilotagem na ilha malaia de Langkawi. Ele é filho de um funcionário de alto escalão do ministério de Obras Públicas de um dos estados malaios.
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É um “bom menino”, de natureza dócil, que frequentava normalmente a mesquita de seu bairro, nos arredores de Kuala Lumpur, indicou o imã Ahmad Sharafi Ali Asrah .
De vez em quando comparecia a cursos de educação religiosa.
O imã rebateu prontamente a acusação de violação de segurança por parte do jovem piloto.
– Isto não tem nenhum fundamento. Acredito que é apenas um meio para desacreditar Fariq ou a companhia aérea – declarou o religioso.
Fariq Abdul Hamid apareceu em fevereiro passado em um programa da CNN, no qual ajudava a pilotar um Boeing 777-200 que voava de Hong Kong a Kuala Lumpur, com o correspondente da rede de televisão, Richard Quest, a bordo.
– Foi interessante ver como o avião pousou na pista – declarou o jornalista no site da CNN, classificando a técnica de Fariq como “perfeita”.
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O veterano
Zaharie é um veterano, que começou a trabalhar na companhia malaia em 1981 e conta com colossais 18.365 horas de voo no currículo.
Segundo um site criado no sábado, consagrado ao comandante do avião, ele amava tanto voar a ponto de fabricar seu próprio simulador para poder continuar alimentando sua paixão nas horas de folga.
Mas também publicou vários vídeos no YouTube nos quais explica, com entusiasmo, como consertar um aparelho de ar-condicionado, janelas e a realizar outros trabalhos.
Seus colegas citados pela imprensa malaia o descrevem como “um piloto fantástico”, que foi autorizado pelas autoridades da aviação civil de seu país a aplicar testes de simulação de voo em novos aviadores.
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A Malaysia Airlines se negou até agora a fornecer informações sobre o comandante e seu co-piloto, num momento em que nada incoerente sobre eles veio à tona até agora.