Apenas um partido renunciou aos valores do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o chamado fundo eleitoral, para as eleições de 2022. O prazo para as legendas informarem a recusa aos valores do “Fundão” para a Justiça Eleitoral terminou na quarta-feira (1º).

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nesta sexta-feira (3) que o Novo renunciou à verba. A sigla já havia anunciado que iria abrir mão dos R$ 87,7 milhões que teria direito para a disputa deste ano. Os recursos voltarão ao Tesouro Nacional. Em SC, o partido tem como pré-candidato a governador o promotor de Justiça Odair Tramontin.

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O pré-candidato a presidente da legenda, Felipe d’Ávila, chegou a fazer uma publicação nas redes sociais desafiando os demais concorrentes ao Palácio do Planalto a abrirem mão dos valores.

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O partido é crítico à utilização de verba pública nas campanhas e deve custear os gastos apenas com doações de pessoas físicas — o financiamento eleitoral por empresas está proibido desde 2015. Nas eleições de 2020, apenas Novo e PRTB renunciaram aos valores do fundo, segundo o TSE.

O Novo, no entanto, tinha apenas o 16º maior valor a receber entre os partidos — 1,79% do total. As legendas que terão maior quantia são União Brasil (R$ 770 milhões), PT (R$ 484 milhões) e MDB (356 milhões).

Os valores exatos a que cada partido terá direito serão divulgados apenas em 16 de junho pelo TSE. A Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) elaborou uma estimativa de quanto cada legenda receberá com base nos critérios do fundo. Confira a lista abaixo:

Projeção do fundo eleitoral em 2022

  1. União Brasil – R$ 770 milhões
  2. PT – R$ 484,6 milhões
  3. MDB – R$ 356,7 milhões
  4. PP – R$ 338,5 milhões
  5. PSD – R$ 334,1 milhões
  6. PSDB – R$ 314 milhões
  7. PL – R$ 283,2 milhões
  8. PSB – R$ 263,6 milhões
  9. PDT – R$ 248,4 milhões
  10. Republicanos – R$ 242 milhões
  11. Podemos – R$ 187,6 milhões
  12. PTB – R$ 112,2 milhões
  13. Solidariedade – R$ 110,7 milhões
  14. PSOL – R$ 97,5 milhões
  15. Pros – R$ 89,1 milhões
  16. Novo – R$ 87,7 milhões
  17. Cidadania – R$ 86,2 milhões
  18. Patriota – R$ 84,2 milhões
  19. PSC – R$ 79,8 milhões
  20. PCdoB – R$ 74,4 milhões
  21. Rede – R$ 68,1 milhões
  22. Avante – R$ 67,6 milhões
  23. PV – R$ 49 milhões
  24. PTC – R$ 22,5 milhões
  25. PMN – R$ 13,7 milhões
  26. DC – R$ 9,3 milhões
  27. PCB – R$ 2,9 milhões
  28. PCO – R$ 2,9 milhões
  29. PMB – R$ 2,9 milhões
  30. PRTB – R$ 2,9 milhões
  31. PSTU – R$ 2,9 milhões
  32. UP – R$ 2,9 milhões

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* Estimativa da Abradep, baseada no valor de R$ 4,9 bilhões

Fundo Eleitoral terá R$ 4,9 bilhões

Em 2022, o fundo eleitoral terá R$ 4,9 bilhões para utilização dos partidos nas despesas das eleições. O valor do financiamento público foi alvo de polêmica no ano passado no Congresso, mas acabou sendo aprovado pelos parlamentares com valor de até R$ 5,7 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro vetou o aumento em relação a 2020, mas o veto foi derrubado. Mais tarde, o Legislativo estabeleceu no orçamento o valor de R$ 4,9 bilhões, que foi sancionado pelo presidente. O montante também foi aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após uma ação que questionava o aumento. Os valores exatos a que cada partido terá direito serão divulgados até 16 de junho.

As quantias são recebidas pelos diretórios nacionais dos partidos, que devem distribuir entre as candidaturas e os estados conforme seus critérios, informando o TSE. A divisão entre legendas é feita com base no número de parlamentares eleitos em 2018. Alguns percentuais devem ser cumpridos, como o mínimo de 30% para candidaturas femininas.

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