Como quase tudo na vida, a morte também envolve dinheiro. E ele varia de “quase nada” para as famílias que têm baixa renda e estão cadastradas na Prefeitura a valores que passam dos R$ 15 mil para aqueles que nunca pensaram no assunto e precisarão, de uma hora para outra, de um sepultamento considerado padrão. Se a opção for “com todas as honras” ou tiver complicadores, como o transporte do corpo de outras cidades, não há um limite claro para esse valor, que pode chegar a R$ 30 mil.
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Como o crematório de Joinville ainda não está funcionando, as opções são o enterro tradicional em um dos cemitérios públicos ou ligados às igrejas ou o sepultamento em um dos dois cemitérios particulares (um jardim e outro vertical).
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A notícia boa é que dá para se prevenir, fazer planos de assistência familiar ou mesmo organizar tudo para que o funeral não seja mais um motivo de preocupação para quem fica.
– Se a gente deixar para ver isso só quando precisa, a tendência é gastar muito mais, pelo menos o dobro do que as pessoas que organizaram esse momento – diz Sérgio Otávio Moura, diretor jurídico de um dos planos que atuam em Joinville.
Mas não é algo simples. O planejamento vai desde a escolha do tipo de caixão e onde será o velório, que tem custo com aluguel, por exemplo, passando pelo sepultamento, até os pequenos detalhes, como as letras que serão impressas, pintadas ou fixadas na lápide.
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Local de velório
O valor do aluguel varia. Algumas igrejas, associações ou entidades cedem o espaço, mas na maioria dos casos as famílias têm um vínculo com esses locais. Um dia pode custar entre R$ 150 (mais a limpeza) e R$ 1 mil, para 24 horas de uso.
Caixão
É um dos itens que têm mais opções. Pode sair de graça, para as famílias cadastradas como de baixa renda na Prefeitura. Os preços variam de R$ 300 a R$ 3 mil.
Planos de assistência familiar
Uma opção que tem sido bastante procurada são os planos de assistência familiar, nos quais o titular paga um valor mensal – entre R$ 30 e
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R$ 150 – para ter garantido o direito de velório e sepultamento para si e para os familiares mais próximos. Esses planos geralmente são oferecidos por funerárias. Mas há opções empresariais, de bancos e até cooperativas. Mas é preciso calcular, também, se é ou não vantagem pagar por anos seguidos.
Jazigo
Os preços de um jazigo para uma pessoa variam de R$ 6 mil a R$ 7 mil. Mas se o valor tiver de ser parcelado, pode chegar facilmente a R$ 13 mil. Para comprar uma galeria familiar, com espaço para quatro sepultamentos imediatos, por exemplo, os valores aumentam proporcionalmente, mas há facilidades na negociação.
Túmulo
Depende do tipo de acabamento e da mão de obra. Um túmulo de alvenaria simples, revestido de cimento, pode custar em torno de R$ 1 mil, com a mão de obra. Mas há opções com pedras, mármores, granitos, vidro e outros materiais, que podem custar até R$ 10 mil. A simples gravação dos nomes e datas também tem um custo e depende da opção que a pessoa fizer na hora.
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Cremação
Não há opções atualmente em Joinville. É preciso informar-senas cidades que oferecem o serviço (Jaraguá do Sul, Itajaí, Caçador, Lages, Balneário Camboriú e Curitiba são as mais próximas). Em Joinville, é possível encontrar a opção em planos de assistência familiar. Os valores variam de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil. Mas é preciso levar em contra outros aspectos, como o transporte.
Cremações ainda não são tão comuns
A tradição de sepultamentos no Brasil está bastante atrasada. Essa é a opinião de Alex Fernando Mildenberger Nunes, diretor do cemitério e memorial Jardim das Flores. Segundo ele, enquanto a maioria dos países desenvolvidos já tem índices de cremação muito próximos dos sepultamentos, no Brasil esse índice ainda é muito baixo.
– O local onde há mais procura é Porto Alegre, que chega a apenas 19% em relação aos sepultamentos – diz.
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A maior disponibilidade do serviço está alterando aos poucos a percepção e a decisão das pessoas. No Rio Grande do Sul, o serviço está disponível desde 1997. Em Santa Catarina, o primeiro crematório foi inaugurado em 2007, em Balneário Camboriú. Até o ano passado, eram realizadas de uma a duas cremações por dia e, segundo Ronaldo de Souza, gerente do local, a procura cresce 30% em média por causa da falta de espaço nos cemitérios.
Em Joinville, a instalação do crematório ainda é motivo de polêmica. Concluído desde fevereiro de 2014, o prédio ainda não foi inaugurado e está impedido de abrir as portas por força de decisão judicial. A obra está na esquina da avenida Santos Dumont com a rua Tuiuti, no bairro Aventureiro.
Uma ação popular ajuizada em outubro de 2013 foi acatada parcialmente pelo juiz Roberto Lepper, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville. Os representantes da União das Associações de Moradores do Bairro Aventureiro são contrários ao empreendimento e têm apoio de moradores da região.
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Vários protestos foram feitos na esquina onde o prédio foi construído. A Prefeitura informou que o projeto estava dentro da legalidade, mas a polêmica foi parar na Justiça. A ação foi contestada pela Prever Serviços Póstumos e está aguardando decisão final no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Enquanto isso, outras empresas já pensam em instalar um crematório no Cemitério Parque Jardim das Flores, também na avenida Santos Dumont. Como o local já tem toda a documentação, os investidores acreditam que não haveria nenhum entrave na instalação do empreendimento.