Entra ano, sai ano o verão chega cheio de calor e alguns itens básicos. Um deles são os hits que não podem faltar na estação. Confira abaixo algumas sugestões de músicas que podem virar os chicletes desta temporada.
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Rude, Magic!
O pai da menina diz não ao genro que pede a mão dela. A história é manjada, mas no reggae da banda canadense ganha o carisma do vocalista, como pretendente, entoando “Why you gotta be so rude?” (“Por que você tem que ser tão rude?”) para o sogro. Os agudos agradáveis da frase se plasmam na cabeça do ouvinte. A leveza regueira de verão e do clipe, já com mais de 330 milhões de views no YouTube, garantem o resto.
Wiggle, Jason Derulo com Snoop Dogg
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Nada como um hit para mesclar estupidez e uma boa sacada. Derulo pergunta “como você coloca tudo isso dentro de um jeans?” e ele mesmo responde: “Você sabe o que fazer com essa bunda grande: balance, balance, balance” (o grudento “wiggle, wiggle, wiggle”). Em seguida uma calipígia sacode, no short jeans, seus “dois planetas”. O que singulariza o rap é o som de uma flauta infantil somado ao batidão e intercalado com as sequências de “wiggle”. O mais tranquilo intérprete de Chopin tem que fazer uma força descomunal para não se remexer como uma iguana nesse refrão. O clipe estilo superprodução-cafajeste já passou de 438 milhões de views no YouTube.
Uptwon Funk, Mark Ronson com Bruno Mars
Aqui a popularidade se deve menos ao refrão que à batida que o produtor inglês Mark Ronson foi buscar em funks e R&Bs do começo dos anos 1980 – particularmente, em Party Train (1983), da Gap Band, tão na alma da música quanto The Police estava na de Locked out of heaven. Mesmo a dança dos protagonistas e o carro branco comprido se repetem. Enfim, Mars e seus parceiros musicais têm o dom da repaginação. O hit foi lançado em novembro, no frio do hemisfério norte, mas é ideal para se dançar com movimentos curtos ridículos nos dias de verão.
Blame, Calvin Harris com John Newman
Depois de disseminar o hit Summer pelo verão do hemisfério norte do planeta, no meio de 2014, o escocês lançou Blame, que chega com força no nosso. A fórmula se repete: uma letra rala e um pouco non sense de relacionamentos, um pancadão, uma modelo de lingerie preta deitada na cama no início. A diferença é a batida um pouco mais lenta. O vocal de John Newman funciona. Som bom para esquentas e baladas.
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Hoje, Ludmilla
Tocando em Império, o funk tem mais de 16 milhões de views no YouTube, ótima audiência para padrões brasileiros. A abertura, “Hoje, é hoje, é hoje, hoje! / Hoje eu tenho uma proposta / A gente se embola / E perde a linha a noite inteira”, é a musicalização certa da caça rápida nos tempos do Tinder. De resto aquilo: um pouco de “tu/tchá/tchá/tu/tchá/tchá”, uma funkeira chamando pro jogo e o sotaque carioca gastando todo seu potencial sensualizado.
Tá louco hein, Turma do Pagode com Sorriso Maroto
A fanfarronice sexual está na moda e claro, aumenta no verão. Naldo cantava cada vez querer mais, Ludmilla quer perder a linha a noite inteira etc. Aqui o incansável não é o cantor, mas a mulher com quem ele sai: “Tá louco hein / Filha, quanta energia, pede todo dia / Tô em forma sem academia / Tudo que eu queria, mas você judia / Deve ser um vício ou terapia / E pra relaxar, quando terminar / Mente que quer só mais uma vez”, diz o refrão rápido e cantado em coro. Pagode efusivo dos bons. Antes dos 10 segundos já está grudando.
Eu sou a diva que você quer copiar, Valesca Popozuda
“É basicamente uma releitura daquela coisa de você tem inveja de mim, recalque, é um Beijinho no Ombro de novo”, bem disse Gustavo Brigatti, da Zero Hora, em vídeo sobre os hits deste verão. Existe uma nuance para pior, no entanto: Eu sou a diva… soma um pouco de sexo ao tema da inveja das concorrentes, deixando a letra esquizofrênica. “Se der mole, te limpo todinho”, diz Valesca, que em seguida seduz um sarado no clipe. Antes da frase, ela dedica o refrão às inimigas.
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Caraca muleke!, Thiaguinho
Dificilmente um hit poderia ser mais óbvio: areias cariocas, cerveja, mulher, futebol, bandeira do Brasil, Neymar de boné e Thiaguinho. “Sol, praia, biquíni, gandaia”, resume o refrão, que tem também “Caraca, moleque / Que dia! Que isso? / Põe um pagodinho só pra relaxar”. A mais pura tradução do espírito boleiro-pagodeiro-festeiro.
Presto pouco, João Neto e Frederico
Enquanto alguns escritores sonham com um romance que traduza os tempos, as letras de sertanejo universitário capturam o zeitgeist (expressão alemã que significa “espírito de uma época”) em pequenas pílulas lançadas a cada semana. “Amar, eu amo muito / Prestar que eu presto pouco / Como é que vou ser santo / Se tá todo mundo louco? / Amar, eu amo muito/ Prestar que eu presto pouco / Largado ou amarrado / Se chamar é nós de novo”, cantam João Neto e Frederico no meio da sanfona e da bateria. “Eu não me acho / Elas que estão procurando / Whatsapp tá bombando, estourei no Instagram”, dizem também. Gênios.