No ano que vem será realizada uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo Demográfico 2020, que vai indicar o número atualizado da população brasileira e outras estatísticas sociais. Diferentemente da última pesquisa do Censo — realizada em 2010 —, desta vez, os cidadãos vão responder menos perguntas. O questionário foi modificado pelo governo federal neste ano.
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O questionário básico, que será aplicado para cerca de 71 milhões de domicílios brasileiros, vai contar com 25 questões, nove a menos que em 2010. Já o questionário da amostra, maior e aplicado em 10% das casas, terá 76 questões, 26 a menos do que a última pesquisa.
Este novo questionário será testados durante o Censo Experimental, previsto para acontecer entre setembro e novembro deste ano, em Poços de Caldas, cidade de Minas Gerais. Essa etapa será um ensaio geral para avaliar e aperfeiçoar a logística da operação censitária.
Para o ano que vem, na pesquisa oficial, cerca de 180 mil recenseadores estarão nas ruas entre os meses de agosto e outubro. As inscrições para atuar no IBGE se encerram nesta terça-feira, inclusive. São 400 vagas temporárias abertas em todo o país para trabalhar no Censo 2020.
O Censo brasileiro é realizado a cada 10 anos e é a única pesquisa realizada em todos os 5.570 municípios brasileiros. O objetivo é medir a densidade populacional e oferecer um retrato da população brasileira. As informações obtidas ajudam na elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas a recursos financeiros.
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Mudanças
A partir de agora, o IBGE vai solicitar no questionário básico apenas a renda do responsável pelo domicílio e não mais de todos os seus moradores. O responsável pelo domicílio é escolhido pela própria família e não é necessariamente o que ganha mais.
As perguntas envolvendo a emigração internacional foram totalmente excluídas no Censo 2020, sob o argumento de que se trata de um evento raro e que os dados sobre o tema podem ser obtidos em registros da Polícia Federal e em estimativas demográficas.
No questionário completo, entre as questões retiradas estão as que dizem respeito ao deslocamento de estudantes até suas unidades de ensino, ao estado civil e ao número de horas trabalhadas.
Segundo o IBGE, essas informações poderão ser obtidas respectivamente em pesquisas amostrais regulares, em dados de registro civil coletados pelo IBGE e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
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As mudanças, anunciadas ainda em maio, foram alvos de críticas de cinco ex-presidentes do IBGE. Eles assinaram uma carta pública denunciando a falta de preparo para o estudo. Para eles, com a mudança no questionário, cidades menores podem ser impactadas por cortes de recursos.
Segundo o diretor de pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, apesar de um Censo menos custoso para os cofres públicos e com menos perguntas, não haverá perda de informação.
