Vários medicamentos antivirais e vacinas experimentais estão sendo preparados como resposta inicial à epidemia sem precedentes do vírus ebola, que assola o oeste da África.

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Nenhum deles foi homologado para tratar, especificamente, o ebola. Segundo o epidemiologista da Universidade de Oxford Olivier Brady, pelo menos 30 mil pessoas precisam de tratamento ou vacina.

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Quais os tratamentos disponíveis:

– O ZMapp é um coquetel de três anticorpos “monoclonais”, desenvolvido pela Mapp Bio (Biopharmaceutical), em parte, derivado do tabaco, graças ao laboratório Kentucky BioProcessing (filial da fabricante de cigarros) e à engenharia genética.

Nunca testado anteriormente em humanos, apesar de ter obtido resultados relativamente bons com os macacos, este medicamento foi utilizado para tratar pelo menos sete pessoas: dois americanos ficaram curados, um padre espanhol e um médico liberiano morreram, e um médico e um doente liberiano, assim como um doente britânico repatriado de Serra Leoa, estão sendo tratados.

Contudo, as reservas deste tratamento já se esgotaram, indicou a empresa no dia 12 de agosto. Seriam necessários vários meses antes de obter uma “quantidade modesta”, segundo Anthony Fauci, diretor do instituto americano de alergias e doenças infecciosas (NIAID/NIH).

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– O Avigan (favipiravir ou “T-705”), antiviral homologado para a gripe, é produzido pela Toyama Chemical – uma filial do grupo FujiFilm – e está na etapa de testes clínicos nos Estados Unidos. Ele inibe a reprodução do vírus nas células e foi testado com sucesso em roedores infectados com o vírus ebola.

Ele leva vantagem em relação a outros concorrentes porque dispõe de comprimidos mais fáceis de usar em regiões com infraestrutura médica limitada.

O grupo japonês, que diz estar “disposto a responder aos pedidos individuais” dos trabalhadores da saúde, recebeu solicitações do exterior e assegura ter “reservas suficientes para mais de 20 mil pessoas”.

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– O TKM-Ebola, da empresa canadense Tekmira, foi objeto de um contrato de US$ 140 milhões do Departamento Americano de Defesa para ser desenvolvido. O laboratório, que tinha retomado um teste clínico suspenso, está à espera da luz verde da Food and Drug Administration (FDA) – órgão governamental dos EUA responsável pelo controle dos alimentos e medicamentos – para sua utilização em pacientes afetados. A Tekmira indicou que também está em discussões com outras agências governamentais, ONGs e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

– O GBV006, da Globavir Biosciences, é um coquetel de moléculas já aprovadas individualmente pela FDA, que o testou em roedores. A empresa informou que “é possível fazer pesquisas diretas nos pacientes”. Ela não apresentou solicitação de testes finais à agência reguladora, embora tenha garantido que pode produzir rapidamente uma centena de doses deste tratamento “em semanas”.

– O AVI-7537, da Sarepta Therapeutics, desenvolvido por contrato com o Pentágono em 2010, mostrou-se eficaz em macacos com ebola, com uma taxa de cura de 60% a 80% contra nenhuma no grupo de controle. O produto foi bem tolerado em um teste clínico com uma pequena quantidade de indivíduos saudáveis (não infectados), primeira etapa do processo de testes anteriores à comercialização.

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O laboratório disse estar “disposto” a fabricar seu produto “para tê-lo disponível em caso de necessidade” e diz ter o medicamento suficiente para tratar apenas duas dezenas de pacientes, neste momento.

Soro de convalescença – anticorpos de gente curada – também faz parte das opções.

Quais vacinas já existem:

Entre as vacinas, está a da empresa inglesa GSK, cujo estudo de inocuidade (primeira etapa de testes com humanos) está previsto para setembro, “primeiro nos Estados Unidos e certamente em um país africano”, segundo Jean-Marie Okwo-Bele, diretor do departamento de vacinas e imunização da OMS. Ela pode estar disponível para os funcionários de saúde a partir de 2015.

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A vacina GSK é feita com um vetor viral inofensivo, na qual foram inseridos dois genes (não infecciosos) do ebola. Este preparo desencadeia a fabricação de uma proteína contra a qual o organismo aprenderá a se defender.

O Canadá anunciou que doará à OMS entre 800 e mil doses de uma vacina, denominada VSV-EBOV, que, por enquanto, está armazenada em Winnipeg.

O instituto americano de alergias e doenças infecciosas apoia, entre outras, a empresa farmacêutica Crucell (Johnson & Johnson) no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus ebola, já testada em humanos. Um novo teste clínico de fase inicial (provas em voluntários saudáveis) está previsto para entre o final de 2015 e o início de 2016, segundo o órgão.

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* AFP