Joinville terá de investir em educação, principalmente para crianças já a partir dos cinco anos, e no aumento de sua renda, por meio de qualificação profissional, se quiser chegar ao topo do ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos próximos dez anos. É esta leitura que permite o ranking atual, divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU), com base no Censo 2010, que mede a qualidade de vida.
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A cidade está em uma posição invejável: 21º lugar entre os 5.565 municípios brasileiros. Considerando que ela tem muito mais complexidade e demandas (embora mais recursos também) do que municípios pequenos, é motivo para orgulho. O IDH, de 0,809, considerado “muito bom” pela ONU, equivaleria a uma nota 8,09 em um boletim escolar, algo bem perto do melhor aluno da classe, a cidade de São Caetano do Sul (SP), que tirou 8,62 na nota (para facilitar o entendimento, a reportagem adota o conceito de nota de zero a dez).
Mas para transformar este “muito bom” em “excelente” e galgar a primeira posição na próxima década, a cidade tem que mudar conceitos a ponto de impactar nos três pilares do IDH (educação, expectativa de vida e renda), conforme reconhecem os gestores municipais e apontam especialistas.
Os três pilares
Na educação, é preciso criança mais cedo na escola, o que se faz com mais creches (necessidade reconhecida), mas também com um ensino mais bem preparado para lidar com tecnologia, ciência e inovação desde a criançada. Em médio ou longo prazo, é isto que vai permitir ter uma população mais qualificada profissionalmente, o que resultaria em qualificação de produtos e serviços (entre eles, a oferta de saúde, atividades ambientalmente sustentáveis, lazer, turismo), e consequente melhoria de renda, outro critério de desenvolvimento. A cadeia impactaria, obviamente, na manutenção ou aumento da expectativa de vida, a terceira parte do IDH, em que Joinville já se destaca no País.
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O prefeito de Joinville, Udo Döhler, afirma que a equipe e as diretrizes de governo estão afinadas com estas metas e usa o IDH como balizador do planejamento e de ações. Para se ter ideia da importância destes dados, a instalação da fábrica da BMW em Araquari ocorreu porque a cidade era a que tinha pior IDH na região, o que obriga governos a incentivar investimentos a fim de equilibrar a situação perante outros municípios.