A Prefeitura de Joinville disponibilizou em primeira mão para o jornal A Notícia o esboço de como pretende buscar a revitalização do Centro de Joinville nos próximos anos. O projeto arquitetônico “Caminhos de Joinville”, que reúne ações propositivas para a região central, foi detalhado ao Prefeito Udo Döhler e aprovado na quarta-feira (20) e visa transformar a região central da cidade em um espaço mais humano e funcional. Confira as principais propostas contidas no projeto:

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MOBILIDADE – Inicialmente são pensadas alterações nas ruas São Francisco; Engenheiro Niemeyer; São Joaquim; Nove de Março e Rua do Príncipe. As propostas consideram alargamentos de passeios, ciclorrotas, possibilidade de alterações de sentidos de direção e conversões; estacionamentos com vagas exclusivas, estação para aluguel de bicicletas, entre outros.

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VIAS COMPARTILHADAS – A ideia é investir em infraestrutura e estimular o transporte ativo (bicicleta e caminhada) nas ruas que compõem os caminhos traçados no perímetro de intervenção. Não haverá o impedimento do uso de carros, porém a prioridade será para os pedestres. Para que isso ocorra são pensadas ações como o redesenho de vias e calçadas, interligando o caminho por entre os prédios tombados e imóveis icônicos do município.

COMUNICAÇÃO VISUAL – A identificação com o legado do Município também deve estar presente no layout pensado para a revitalização do Centro. A intenção é implantar, por exemplo, mapas de identificação para os prédios que compõem o Patrimônio Histórico de Joinville, referenciando a importância que cada imóvel tem para a cidade.

MOBILIÁRIO – Deverá passar por alterações e classificações evidenciando elementos de ligação com a história e a cultura de Joinville, por meio do design, da pintura e da identidade local. O mobiliário será composto por itens que contemplam lixeiras; paraciclos; bancos em aço inoxidável; e uma árvore tecnológica movida a energia solar, a ser instalada na Praça Dario Salles ou na Rua do Príncipe, que deverá disponibilizar tomadas e wi-fi gratuito em seu entorno.

VALORIZAÇÃO CULTURAL – Tanto os mobiliários quanto a comunicação visual devem considerar as cores das bandeiras dos países dos primeiros colonizadores de Joinville e reforçar o título de Cidade da Dança. Por exemplo, na rota que segue do Centro para o Vila Nova serão utilizados elementos nas cores branca e vermelha para homenagear os suíços. No sentido Sul, o visual segue referências em amarelo e preto, valorizando a cultura alemã.

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Conheça o projeto da Prefeitura para revitalizar o Centro de Joinville

PAISAGISMO – Os componentes paisagísticos planejados para a região levam em consideração as condições climáticas e terão como foco oferecer maior conforto aos transeuntes nos espaços abertos. As praças devem manter os usos atuais, porém, com a revitalização existe o planejamento de agregar novas oportunidades de ocupação por meio, por exemplo, de atrativos culturais. Parte da vegetação deve ser composta por alfeneiro, dama-da-noite, ipê amarelo e jacarandá-mimoso.

MARCOS NA PAISAGEM – Pontos fixos serão postos no chão para que o cidadão consiga admirar em detalhes os principais marcos visuais da paisagem de Joinville. Pisos estilizados ficarão sobre as calçadas e em pontos estratégicos que serão posicionados no melhor ângulo de apreciação de obras arquitetônicas joinvilenses. Um dos exemplos será a implantação de um 'marco' diante da Catedral de Joinville.

RUA COBERTA – A alta incidência de chuva é um dos fatores que leva ao projeto de ruas cobertas na intenção de propiciar mais clientes e conforto no comércio dessas vias durante o tempo chuvoso. As travessas Mato Grosso e Sergipe podem ser as primeiras a receber essa intervenção. Também é consultada a viabilidade de cobertura na Travessa Bachmann após o fim das obras de macrodrenagem do Rio Mathias.

Como um projeto inovador catarinense pode servir de inspiração para revitalizar o Centro de Joinville

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IDENTIFICAÇÃO COMERCIAL – Há desejo de costurar junto à CDL, proprietários de imóveis e comerciantes a padronização das fachadas do comércio. O intuito é eliminar a poluição visual e valorizar mutuamente os prédios, gerando maior movimento e rentabilidade aos estabelecimentos. A ideia é peça-chave da revitalização e deverá ser estimulada pela aplicação do instrumento da Transferência do Direito de Construir.

TECNOLOGIA – Planeja-se inserir "QR Code" em prédios tombados para que as pessoas acessem informações e o histórico daquela edificação. Outro recurso é a gamificação, que começou em modelo de teste com o 'Vai de Zika', e busca incentivar o transporte ativo por meio de desafios e recompensas no comércio local. Um terceiro esforço segue no sentido de disponibilizar bicicletas e patinetes para uso compartilhado (sistema bikesharing).

ECONOMIA CRIATIVA – A proposta de revitalização do Centro servirá de teste para que depois essas ideias possam migrar sentido-bairros. Uma das principais apostas é de que a possibilidade de construção de empreendimentos mistos, o fortalecimento do TDC e o fundo de melhorias, impactem na restauração e na reocupação de imóveis que hoje estão semi ou totalmente desocupados. Confirmada a expectativa, o foco deverá ser na ampliação da atração de negócios de chamada economia criativa, requalificando a área central.

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