Muita gente não sabe, mas o bairro Aventureiro só tem esse nome por causa de um time de futebol. O prestígio do Aventureiro Esporte Clube (AEC) era tanto, que a Prefeitura decidiu dar o nome do time para o bairro. Criado em 1951, o clube teve o nome sugerido pelo fundador, Antonio Cidral, que faleceu em 2016.
Continua depois da publicidade
Já o Aventureiro, hoje o maior bairro de Joinville em população, somando 38.587 moradores e com uma estimativa de chegar a 43 mil pessoas até 2020, só foi criado oficialmente em dezembro de 1987.
Leia as últimas notícias de Joinville e região
Para explicar a origem do nome Aventureiro, a reportagem foi em busca do filho do fundador, que também já jogou futebol pelo time. Antonio Cidral Filho, 63 anos, encontrou fotos e recortes de jornais que ajudam a contar a história da equipe campeã da Primeira Divisão do futebol amador em 1963, um ano depois de vencer a Segunda Divisão. A reportagem também conversou com Francisco da Silva – mais conhecido como Zico –, 81 anos, que jogou e já foi diretor do time.
– Eu não joguei, eu brinquei com eles durante 16 anos. Eu jogava como reserva do gandula – brinca Francisco, que na verdade era lateral-esquerdo do Aventureiro Esporte Clube.
Continua depois da publicidade
– Eu casei em 1958, comprei meu terreno e vim para cá em 1960. Quando eu cheguei, o campo não era assim, era atravessado, era conforme corria a rua. O Antonio escolheu o nome por causa das viagens que ele fez quando era militar – relembra Zico, que consegue indicar com o dedo onde seus antigos vizinhos moravam antes da expansão do bairro.
Conforme Antonio Cidral Filho, que hoje atua como secretário do AEC, foi um time de vôlei do Rio de Janeiro que inspirou seu pai a sugerir o nome do clube de futebol que completará 66 anos no dia 1º de dezembro deste ano.
– Usaram o nome Aventureiro por causa do clube. Tudo que tem o nome Aventureiro é por causa do clube. Além do prestígio, o clube era uma referência para se localizar – ressalta Antonio.Zico e Antonio contam que jogadores como Ramires (Jiangsu Suning), Aldair (JEC), Charles Luis Reiter (Nagoya Grampus) e Willian Popp (JEC) já passaram pelo campo do Aventureiro antes de ascenderem ao futebol profissional.
Zico mora ao lado do Estádio Antonio Cidral, a casa do AEC. Ele tem uma visão privilegiada dos jogos. Todas as semanas, crianças e adolescentes treinam onde antes ele jogava. Um dele é seu bisneto.
Continua depois da publicidade
– O responsável por ele no campo é o seu Ulisses – explica Zico, apontando para Ulisses da Silva Guimarães, professor da escolinha que tem a missão de ensinar a garotada e descobrir novos talentos do futebol no bairro Aventureiro.
Ulisses destaca o valor social que a escolinha representa na comunidade. Muitas vezes, diz ele, o clube acaba abrindo mão de receber a mensalidade de R$ 40 das crianças que têm poucas condições financeiras para treinar.
– Quantas crianças a gente já tirou da rua? Para quantas crianças a gente já fez um trabalho social? É uma história de sucesso – conta Ulisses, ressaltando que a escolinha voltou às atividades em 2017 depois de ficar parada por cinco anos.
– Eu pergunto para os nossos meninos: ‘O que nós somos?¿. E eles se juntam em coro e respondem: ¿Nós somos vencedores’ – conta Ulisses, cheio de emoção.
Continua depois da publicidade
*Alex cursa jornalismo no Bom Jesus/Ielusc e é estagiário no ¿A Notícia¿