O republicano Mitt Romney e o democrata Barack Obama, atual presidente, se enfrentam nesta terça pelo comando da maior economia mundial. A disputa pela Casa Branca está sendo bem acirrada. Nenhuma urna está instalada em Joinville, mas o interesse pelo resultado é muito grande, pois pode ter impacto sobre os negócios. Os EUA são o principal cliente das empresas da cidade e o quarto maior fornecedor.
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Como as urnas estão distantes, o que fica é a torcida. O presidente do Núcleo de Comércio exterior da Acij, Eduardo Domingues, diz que ambos os candidatos afirmaram em campanha que devem focar na geração de emprego, algo cobrado pela socidade dos Estados Unidos.
– Isto vai ajudar as economias emergentes. Qualquer crescimento do PIB dos EUA vai nos beneficiar -, afirma.
É que os americanos são os principais compradores dos produtos made in Joinville. Mais de um quinto das exportações da cidade vai para lá.
– O importante é que a economia dos EUA volte a crescer para que o Brasil volte a exportar mais do que importar dos norte-americanos -, espera o professor da Sustentare Escola de Negócios, Ricardo Della Santina Torres.
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Não é o caso de Joinville, que tem uma balança comercial superavitária com a maior economia mundial.
Torres destaca que com Mitt Romney na Casa Branca poderiam ser gerados novos negócios.
– Na política externa não fará muita diferença.
O professor Gunther Rudzit, da Sustentare Escola de Negócios, ressalta que o governo norte-americano tem menos influência nas empresas do que no Brasil e teme que uma vitória de Romney possa levar os Estados Unidos para um grande recessão.
A professora de economia internacional Anemarie Dalchau Müller, da Univille, confia que a força do pólo industrial joinvilense fará com que as relações econômicas entre a cidade e os Estados Unidos se desenvolvam mais independentemente do resultado.
– Joinville tem produtos bem aceitos -, diz.
Uma discreta preferência por Barack Obama
Especialistas e representantes de entidades empresariais de Joinville não chegam a levantar bandeira em relação às eleições americanas, mas têm preferências. Se as urnas estivessem por aqui, os votos iriam para os democratas.
– O Obama atrapalharia menos, pois ele tem plena consciência da realidade americana e mundial. O país está em uma crise econômica fiscal gigantesca. Ele sabe que não se pode mais impor a vontade dos EUA. Precisa negociar com potências como Brasil, China, Índia e Rússia -, afirma o professor Gunther Rudzit, da Sustentare.
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Para a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias (Fiesc), Maria Teresa Bustamante, a relação entre Joinville e EUA tem crescido e melhorado. As importações têm aumentado (veja gráfico abaixo).
Bustamante considera que Romney ainda não deixou claro como será sua política externa.
– É melhor uma política já delineada do que pagar o preço de uma incógnita de, no mínimo, um ano -, opina.
Eduardo Domingues, presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Joinville (Acij), lembra que o candidato republicano prometeu voltar a incentivar a indústria automobilística americana.
– Isto ajudaria empresas joinvilenses como Tupy e Wetzel. O setor metalmecânico em geral seria beneficiado -, diz.
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Segundo a professora Anemarie Dalchau, da Univille, a reeleição de Obama pode dar tranquilidade ao ambiente corporativo.
– Romney tem demonstrado que pode vir com mais protecionismo -, diz
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