Paulo Blaschke Pacheco, de 31 anos, trabalhava em uma empresa de Florianópolis havia cinco anos. Iniciou como estagiário, passou para o cargo de analista desenvolvedor júnior e mais tarde analista pleno. Tudo corria bem até que ele recebeu uma proposta para desempenhar a mesma função em outra empresa. A remuneração era menor, mas ao verificar as tecnologias com as quais a organização trabalhava e a proposta de crescimento da vaga, Pacheco resolveu mudar.
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– O que mais pesou foi o desafio de aprender coisas novas – comenta.
É claro que antes de fazer a escolha, o analista ouviu a opinião de pessoas da sua confiança.
– Ajuda a ver coisas que você não consegue ver – diz.
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Pacheco ficou três anos na nova empresa, foi promovido a analista sênior e jamais se arrependeu da escolha. Há um mês, ele mudou de empresa e de cargo. Agora é analista de pesquisa de desenvolvimento.
– O que me ajudou a conseguir o emprego e cargo atual foi a decisão de buscar novos desafios naquela época. Isso força você a aprender, a estudar e conhecer gente nova.
Essa situação é recorrente entre as pessoas que estão no mercado de trabalho. Assim como no caso de Pacheco, a remuneração é apenas mais um dos fatores que devem entrar na balança. Conforme o professor de MBA em Gerência de Projetos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e coach profissional Ovídio da Silva Junior, o profissional deve analisar pontos como plano de carreira, qualidade de vida e se a empresa investe em qualificação e treinamento.
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– As empresas exigem o nosso currículo, então, os candidatos também devem conhecer a história da empresa – avalia.
Após apurar todos os pontos de interesse, o profissional deve estabelecer um peso para cada um deles de acordo com critérios pessoais e com o contexto profissional pelo qual está passando. Assim, a decisão tende a ser mais acertada.
Levar em conta a intuição e ouvir conselhos é essencial
Mas também é importante levar em conta a intuição, que na maioria das decisões profissionais é menosprezada, e compartilhar a responsabilidade da decisão com a família.
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A coach e psicóloga organizacional Roberta Raupp explica que é fundamental conhecer os valores e cultura da empresa e os desafios da vaga. Além disso, conversar com pessoas que já trabalham na organização pode ajudar na escolha.
– Quanto mais informações você tiver, mais chances tem de dar certo. Não é só a empresa que está decidindo pelo candidato, ele também está em um processo de escolha – diz.
A psicóloga só faz um alerta: os candidatos não devem entrar em um leilão, ou seja, participar do processo seletivo em outra empresa e usar o salário proposto como argumento para ficar na empresa atual. Isso “queima” o profissional.
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O coach profissional Ovídio da Silva Junior afirma que antes de tornar a decisão se deve mudar de empresa ou não, é preciso responder às seguintes perguntas:
>>Há possibilidade de crescimento e existe plano de carreira estabelecido?
>>Irei crescer em termos de conhecimento?
>>A empresa trabalha com novas tecnologias e novas formas de gestão?
>>Há projetos desafiantes em curto e médio prazo?
>>Como está a saúde financeira da empresa?
>>Ela incentiva a qualidade de vida?
>>A localização permite a convivência familiar?
>>Como é o custo de vida do local?
>>O salário é competitivo?
>>A empresa investe em treinamento e capacitação?
>>O que a família pensa a respeito?