Não é a toa que Mar sem fim, livro de Amyr Klink, está no rol dos favoritos de Jony Stassun. Em um primeiro olhar, pode até não parecer. Mas a história do velejador que abriu mão de muitas coisas para realizar o sonho de dar a volta ao mundo passando pelas águas geladas da Antártida tem seus paralelos com a do empresário que se prepara para a missão de assumir a presidência do Joinville. Ele não sabe exatamente o que virá pela frente, mas se sente pronto e confiante para encarar os desafios de se sentar na cadeira mais importante do esporte joinvilense.
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A rápida escalada de Jony nos bastidores do JEC ajuda a entender porque o grandalhão de 1,96 m de altura ainda não é uma figura conhecida por toda a massa de torcedores do clube. A empresa da qual é sócio-proprietário – a Romaço Rolamentos – apoia o Joinville desde 2011 e tornou-se patrocinadora master em 2013, mesmo ano em que ele assumiu o cargo de diretor financeiro, o qual ocupa até hoje. Apesar de o posto não atrair tantos holofotes, o empresário tem aparecido cada vez mais representando o clube publicamente nos últimos tempos.
Aos 47 anos, ele sente que tem alguma experiência para compartilhar e ajudar no crescimento do Joinville, assim como sabe que também tem muito a aprender ao exercer um cargo com tamanha importância. Afinal de contas, estará à frente de uma entidade com mais de 10 mil sócios e milhares de apaixonados.
Mas grandes responsabilidades não lhe assustam com tanta facilidade. Sua escalada profissional não foi tão diferente. Antes de chegar à diretoria da empresa familiar – que hoje comanda ao lado da irmã Margareth e da filha Larissa, e está prestes a abrir uma filial em Caxias (RS) -, passou por diversas áreas, como expedição, atendimento no balcão, televendas e financeiro.
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A experiência profissional e acadêmica (é formado em processamento de dados e possui MBA de formação de altos executivos) indicam que a gestão e a administração responsável do clube serão as suas principais prioridades ao tomar posse – hoje, ele é o único candidato a assumir o posto de Nereu Martinelli, que, pelo estatuto do clube, não pode mais ser reeleito.
O orçamento para 2016, com o time disputando a Série B, será bem menor que o de 2015, quando a equipe estava na Primeira Divisão. Além da óbvia redução de custos que o Tricolor precisará implantar, Jony fala em otimizar processos administrativos e também em melhorar a organização do centro de treinamentos. Mas o pensamento de austeridade convive com o espírito de empreendedor do executivo, que diz:
– Muitos falam que 2016 será ano de crise. Crise é uma palavra curiosa. Se você cortar o “s”, fica “crie”.
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Família
Para realizar sua viagem solitária pelas águas geladas da Convergência Antártica, Amyr Klink precisou deixar em Paraty (RJ) a mulher e as filhas. Jony reconhece que assumir a presidência de um grande clube de futebol, o que consome um tempo precioso na vida de alguém, pode ter seus reflexos na família, mas ele conta com o apoio da mulher Simone e dos filhos Larissa e Felipe, que já o acompanham em jogos do Tricolor na Arena.
A preocupação com os rumos da empresa também é minimizada pela confiança que tem no trabalho da irmã e da filha.
– O Joinville é uma nova prioridade, mas a empresa continua sendo uma importante parte de mim – enfatiza o diretor da Romaço, que, coincidentemente, foi fundada no mesmo ano do JEC.
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