A experiência que acontecerá na noite desta segunda-feira no palco principal do Festival de Dança de Joinville será assistida por cerca de 4,2 mil pessoas e, depois, viverá na memória de quem estava na plateia. O espetáculo, que é inédito, nunca mais se repetirá: ele foi pensado especialmente para a Noite de Gala do 35º Festival, como uma homenagem à trajetória do mais importante evento de dança do País. Os ingressos estão esgotados.
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Os protagonistas são bailarinos e grupos que passaram pela Mostra Competitiva e, a partir dela, tiveram sua grande oportunidade para se tornarem profissionais. Por isso, vieram de diferentes lugares do Brasil e do mundo para participar do espetáculo.
Batizado de Gala 35 Anos Festival de Dança de Joinville, ele será apresentado a partir das 20 horas no Centreventos Cau Hansen.Os responsáveis por esta criação também têm experiência longa no Festival de Joinville: os bailarinos e coreógrafos Marcelo Misailidis e João Wlamir já participam há muitos anos do evento, em diferentes funções, e ambos foram curadores artísticos na última década.
É este período, principalmente, que a Gala 35 Anos compreende: o passado recente, representado por artistas que receberam prêmios especiais como melhores bailarinos, melhor grupo e revelação entre 2005 e 2016. A Escola Bolshoi Brasil, que sempre participou do Festival como convidada, também estará em cena com estudantes e bailarinos da companhia semiprofissional da instituição.
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No total, cerca de cem artistas da dança passarão pelo palco no espetáculo que, dividido em três atos, também homenageia Joinville e um dos seus ícones mais multifacetados, o artista visual Juarez Machado.
– A plasticidade que Juarez insere em suas obras faz com que ele pareça um coreógrafo, com uma série de telas que tem como pano de fundo a vida boêmia, com corpos entrelaçados, o que perpassa o universo da dança – afirma Marcelo.
A união de todas as apresentações que serão vistas no palco será feita a partir da ópera. A noite começa com Danças Polovitsianas, da ópera O Príncipe Igor, apresentadas pela Escola Bolshoi, passa por coreografias de diferentes gêneros de dança ao som de obras de grandes compositores e termina com Gaite Parisienne, um balé clássico de repertório popular nos anos de 1940 que tem, em sua trilha sonora, operetas de Offenbach.
– A ópera, por muitos anos, nutriu a possibilidade de a dança se apresentar em espaços cênicos, porque era uma imposição da monarquia francesa de que todas as óperas tivessem um momento de bailado. Grandes obras de balé de repertório vieram desta estrutura básica dada pela ópera, como Carmen, Noite de Walpurgis e Príncipe Igor – afirma Marcelo, enumerando trechos de peças que serão apresentadas nesta noite.
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Segundo ele, convidar expoentes da dança que tiveram seu primeiro momento de ascensão em Joinville possibilita que o público, que sempre se renova, compreenda como ele deve ser a base para saltos maiores. Jovens talentos que hoje estão em companhias como Royal Ballet, na Inglaterra; no The Joffrey Ballet, nos Estados Unidos; e em grandes companhias nacionais como Ballet do Theatro Municipal do Rio e na São Paulo Companhia de Dança.
– É educacional. Queremos mostrar que esta é uma passagem para o bailarino, que as opções não se esgotam aqui – afirma.
Como será a Gala 35
1ª parte: Danças Polovitsianas da ópera O Príncipe Igor
– Mostrará a dualidade da escolha da Rússia entre ser mais Europa ou mais Ásia, por estar no meio dos dois continentes, geograficamente – explica o diretor-geral da Escola Bolshoi Brasil, Pavel Kazarian.
É a escola com sede em Joinville que abre a noite, não apenas com alunos e bailarinos da companhia semiprofissional, a Cia. Jovem, mas também com mestres russos do Bolshoi Brasil – ex-bailarinos do Bolshoi de Moscou – e funcionários da escola com experiência em dança.
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2ª parte: Divertissiment
Será um pot-pourri de coreografias em variados gêneros de dança, com releituras de obras criadas especialmente para a Gala.– Eles não estarão repetindo nada do que já dançaram. Todos os bailarinos irão aprender suas coreografias em Joinville – avisa João Wlamir.
3ª parte: Gaite Parisienne
A obra do balé clássico de repertório conta a história de um turista peruano que, ao chegar em Paris no início do século passado, ¿enlouquece¿ de paixão pela cidade. Este trecho presta homenagem a Juarez Machado como forma de representar a vocação artística de Joinville. Ele será interpretado, no palco, por Breno Lucena, da Cia. Brasileira de Ballet.