Vistos cada vez com mais frequência em diferentes regiões de Santa Catarina, inclusive em pontos de ônibus de Florianópolis, e responsáveis pela transmissão de vermes causadores de doenças graves como meningite ou angiostrongilíase abdominal, os moluscos exóticos da espécie caramujo-gigante-africano são encontrados, geralmente, entre as plantações das hortas, nos terrenos balidos e em locais onde tem entulho.

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E é essa passagem entre locais que também servem de moradia para ratos, até um ambiente onde estão as plantações de hortaliças, verduras, legumes ou frutas, que precisa ser observada com cuidado, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). É nessa transição que os invasores exóticos podem fazer com que os vermes cheguem até os alimentos que serão consumidos mais tarde pelas pessoas.

Por esse motivo, alguns cuidados devem ser tomados pela população. A Dive-SC recomenda que uma boa limpeza seja feita nos alimentos naturais antes do consumo, inclusive, com uso de água sanitária.

Como prevenir

Para fazer a desinfecção dos alimentos é necessário utilizar hipoclorito de sódio nos alimentos antes do consumo:

– Colocar em imersão uma colher de chá de água sanitária para um litro de água, de 15 a 30 minutos;

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– Em seguida, lave bem os alimentos;

– Não jogar os caracóis vivos diretamente no lixo doméstico ou em qualquer outro local;

– Não utilizar os caracóis gigantes africanos como alimento ou isca para pesca

Como eliminar os caramujos

Com o casco maior do que os caracóis da fauna brasileira e com tonalidade mais escura, os invasores se reproduzem sem qualquer preocupação com predadores, já que estão fora de seu habitat natural – entre leste e nordeste da África. Para controlar sua proliferação, a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) recomenda que sejam coletados e eliminados, seguindo as orientações da entidade.

Não basta, por exemplo, largar sal ou veneno, como muitas pessoas pensam. Eles precisam ser retirados do meio-ambiente junto com seus ovos e queimados. Por fim, seus cascos devem ser descartados corretamente – esmagados ou enterrados – , para não servirem como ambiente de reprodução para o mosquito Aedes aegypti. Confira:

– coletar os caramujos com uso de uma luva;

– colocar os moluscos em um ambiente de metal ou barro;

– os caramujos devem ser queimados com fogo persistente;

– assim que o fogo apagar, os cascos devem ser esmagados e enterrados no solo.

Em Florianópolis

A Prefeitura de Florianópolis realiza a limpeza de locais públicos, coletando os caramujos que, posteriormente, são eliminados seguindo as recomendações da vigilância. Quando há suspeita de que os moluscos estão contaminados com os vermes causadores de doenças, os invasores são levados para a análise, segundo o diretor de Vigilância em Saúde, Leonardo Ventura.

De acordo com a assessoria da Prefeitura de Florianópolis, todas as informações de infestação são checadas pelos servidores. Nos locais em que os caramujos foram encontrados nas últimas semanas, ainda segundo a assessoria, se identificou terrenos privados próximo aos pontos, onde estariam os focos dos moluscos. Nesses casos, os proprietários são notificados sobre os riscos e orientados sobre como eliminar os invasores.

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