Nas últimas duas décadas, Joinville teve 1.437 pessoas que tiveram contato ou desenvolveram o vírus da hepatite C, com o registro de 39 mortes neste período. Os dados são do Ministério da Saúde, que considera a inflamação um grave problema de saúde pública no país. No ano passado, mais de um milhão de pessoas tiveram contato com o vírus e o Governo Federal decidiu lançar um plano para erradica-la até 2030.
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A ideia é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às hepatites virais. Ele foi lançado no início do mês e vai definir as populações prioritárias para tratamento, além de avaliar a utilização de novas tecnologias. Todas as hepatites têm tratamento gratuito disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A hepatite é uma inflamação no fígado e pode ser dividida nos tipos A, B, C, D e E, mas os três primeiros são os mais comuns. Em Joinville, foram 44 casos e duas mortes por hepatite A, 1.634 casos e 29 óbitos por hepatite B e nove casos e duas mortes do tipo D ao longo das duas últimas décadas.
IMPORTÂNCIA DA ESTERILIZAÇÃO
O vírus pode ser contraído, de acordo com cada subdivisão, por meio de relações sexuais, transmissão sanguínea, uso de drogas injetáveis ou via fecal-oral em casos de condições precárias de saneamento básico, água, higiene pessoal e dos alimentos. Até mesmo um alicate de unha pode ser um meio de transmissão, caso tenha sangue contaminado. Por isso, a importância da esterilização dos materiais utilizados.
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Segundo a infectologista Valéria Slowik da Silveira, algumas hepatites podem não apresentar sintomas que chamem a atenção do paciente, o que reforça a importância em fazer exames de rotina. Por outro lado, ela pode se manifestar por dor de barriga, vômito ou pele amarelada.
-Assim que a pessoa descobrir que tem hepatite é recomendável que procure o serviço de saúde, onde há tratamento.
Ela salienta ainda que a falta de tratamento pode causar complicações para a pessoa infectada com o vírus. Ele pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado, por exemplo, levando à uma falência do órgão.
“Se não houver o tratamento adequado existem chances consideráveis do vírus ficar latente e a inflamação virar crônica “complementa Valéria.
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Para prevenir os diversos tipos da doença há oferta gratuita de vacinas para os tipos A (crianças pelo SUS e adultos apenas em clínicas particulares) e B. Para o tipo C ainda não há vacinas disponibilizadas para a população.
TIPOS MAIS COMUNS DA DOENÇA
HEPATITE A
Transmissão: fecal-oral, por contato entre pessoas ou pela água e alimentos contaminados pelo vírus.
Sintomas: não apresenta. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Quando surgem, costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. As hepatites virais são doenças silenciosas
Tratamento: após a confirmação, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A doença é totalmente curável quando o portador segue todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno. Causa insuficiência hepática aguda grave. Fulminante em menos de 1% dos casos.
Prevenção: entre as mais comuns, cuidados em lavar bem as mãos e alimentos. Adotar medidas de higiene.
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HEPATITE B
Transmissão: relações sexuais; de mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas, higiene pessoal ou confecção de tatuagem e colocação de piercing; transfusão de sangue contaminado.
Sintomas: a maioria dos casos não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Costumam aparecer de um a seis meses após a infecção.
Tratamento: o médico indicará o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), indica-se cortar o consumo de bebidas alcoólicas por um período mínimo de seis meses, além de tomar remédios para aliviar sintomas como vômito e febre.
Prevenção: é indicado a adesão as três doses da vacina, além de imprescindível o uso de preservativo nas relações sexuais. Também não compartilhe objetos de uso pessoal, por exemplo, lâminas de barbear e depilar.
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HEPATITE C
Transmissão: transfusão de sangue; compartilhamento de material para uso de drogas, higiene pessoal ou confecção de tatuagem e colocação de piercings; da mãe infectada para o filho durante a gravidez (mais rara); e sexo sem camisinha com uma pessoa infectada.
Sintomas: o surgimento de sintomas é muito raro. Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, tontura, enjoo e vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante consultar-se com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite.
Tratamento: depende do vírus e do comprometimento do fígado. É necessária a realização de exames específicos, como biópsia hepática nos pacientes sem evidências clínicas de cirrose e exames molecular.
Prevenção: como não existe vacina contra a hepatite C, a melhor forma de evitar a doença é prevenindo-a. Não compartilhando objetos de uso pessoal, além de seringas e instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injetáveis/inaláveis. Priorize o uso de instrumentos próprios de manicure/pedicure ou a correta esterilização desses materiais pelos estabelecimentos de estéticas e profissionais autônomos, que incluem o uso de autoclave.
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