Crianças e adolescentes em acolhimento institucional têm histórias marcadas por abandono, negligência e até situações de violência. Muitas vezes, a adoção tardia é um desafio e algumas delas passam anos em instituições sem criar vínculos familiares. Para mudar esse cenário no Sul de Santa Catarina, foi criado o programa de Apadrinhamento Afetivo, a partir de uma parceria da Associação Beneficente Nossa Casa e da Vara da Infância e da Juventude da Comarca.

Continua depois da publicidade

Saiba como receber notícias do NSC Total no WhatsApp

O projeto nasceu em 2018 e abrange, além da Capital do Carvão, os municípios de Siderópolis, Nova Veneza e Treviso.

— Observou-se que muitas crianças e adolescentes permaneciam muitos anos na instituição, por não se enquadrarem no ‘perfil’ para serem adotadas, devido a isso, pensou-se no projeto, onde pessoas da sociedade civil poderiam apadrinhar afetivamente essas crianças e adolescentes — esclarece a psicóloga da Nossa Casa, Samara Barbosa.

Vistoria revela indícios de tortura e cárcere privado em comunidade terapêutica de SC

Continua depois da publicidade

Em geral, conforme explica a psicóloga, a maioria das famílias na fila de adoção buscam por bebês. Por isso, qualquer criança, em especial acima dos seis anos, e adolescente com possibilidades remotas de adoção podem ser candidatos ao apadrinhamento afetivo.

Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), são aproximadamente 50 crianças em acolhimento institucional na região. Dessas, 10 estão aptas para adoção e sete para apadrinhamento afetivo.

Quem pode participar

Ser padrinho ou madrinha afetiva significa ser uma nova referência social e familiar. Um dos objetivos do programa é criar laços afetivos que darão suporte emocional futuro a essas crianças e adolescentes após seu desligamento da instituição. Por isso, é preciso ter tempo e responsabilidade.

— Espera-se que cada criança e adolescente participante do projeto tenha a oportunidade de ampliar sua convivência familiar e comunitária, possibilitando a vivência de vínculos afetivos individualizados e duradouros, como também a ampliação de suas experiências sociais e culturais. Oportunizar ainda, que esses vínculos construídos durante o projeto, possam se manter após a saída desses infantes da instituição — destaca.

Continua depois da publicidade

Requisitos para ser padrinho ou madrinha afetiva:

  • Ter idade mínima de 18 anos, com diferença mínima de idade de 16 anos entre padrinho/madrinha e afilhado;
  • Residir em Criciúma, Siderópolis, Nova Veneza e Treviso;
  • Não estar escrito no cadastramento para adoção ou em processo de habilitação;
  • Apresentar fotocópias de todos os documentos solicitados ao processo de apadrinhamento afetivo;
  • Participar de toda as etapas para a habilitação;
  • Disponibilidade de tempo (mínimo dois períodos por mês);
  • Concordância de cônjuge e da família;
  • Não apresentar demanda jurídica que envolva situações com crianças e adolescentes, ou qualquer outra relevante;
  • Disponibilidade para participar de oficinas e outros eventos.

Palestra aborda apadrinhamento afetivo em Criciúma

Para quem quiser saber mais sobre o assunto e tirar dúvidas, a Nossa Casa e a Vara da Infância e Juventude da Comarca de Criciúma promovem uma palestra nesta terça-feira (19), às 19h. O evento é aberto à comunidade e ocorre no polo da Unisul em Criciúma, localizado na Avenida Gabriel Zanette, nº 15, bairro Ceará.

Leia também

Quem é o caminhoneiro de SC morto a tiros na Paraíba

Homem invade casa de vizinho, esfaqueia cachorros e é preso em Florianópolis

Chuvas deixam famílias isoladas e ruas alagadas no Sul de SC