O Banco Central do Brasil (BCB) anunciou um novo método de pagamento para deixar as transações financeiras mais ágeis e fáceis, o PIX. Antes mesmo do lançamento dessa modalidade, marcada para novembro, as instituições financeiras já buscam os cadastros dos clientes para a adaptação a esse sistema. Pelo menos 50 milhões de chaves já foram geradas em todo o país.

Continua depois da publicidade

Instituições com mais de quinhentas mil contas precisam oferecer o PIX. A proposta foi apresentada pelo BCB em fevereiro. O cadastro das chaves – falaremos delas em breve – iniciou no dia 5 de outubro e no dia 16 de novembro já será possível fazer transações via PIX. Por enquanto, essa alternativa vale apenas para transações nacionais.

O intuito é “alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; incentivar a eletronização do mercado de pagamentos de varejo; promover a inclusão financeira; e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população”, conforme o próprio BCB.

Segundo o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Daniel Vasconcelos, há um movimento crescente em vários países, como Índia e Reino Unido, em que os bancos centrais desenvolvem sistemas de pagamentos eletrônicos instantâneos para maior celeridade e dinâmica. A digitalização é cada vez maior e deve trazer ganhos de escala e liquidez para a economia.

— A liquidez será fortalecida, junto com mais segurança e menor necessidade de uso de dinheiro na mão. É como se o dinheiro estivesse no celular: o celular vai ser uma carteira de uso rápido, fácil, e mais e mais comum, para todos nós — acredita.

Continua depois da publicidade

O que é o PIX e como ele vai ser utilizado?

É um novo método de pagamentos do Banco Central. O PIX funciona como uma transferência bancária. A partir de novembro, o cliente da instituição financeira vai poder escolher entre TED, DOC e PIX. A transação via PIX pode ser feita a partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga. A promessa é ser um método de pagamento mais ágil. O valor cairia na conta em até 10 segundos. Tanto o TED quanto o DOC demoram mais. Ainda, o PIX vai funcionar mesmo fora do horário comercial e também nos finais de semana. 24h por dia, 7 dias por semana. A expectativa é que serviços de empréstimos também sejam afetados no futuro.

PIX será de graça, conforme obrigação feita pelo BCB
PIX será de graça, conforme obrigação feita pelo BCB (Foto: Freepik)

O que é uma chave?

É uma única informação ligada aos dados. Neste caso, de cada consumidor. Para realizar uma transação via PIX, não será preciso digitar outras informações, como CPF, agência e conta corrente, apenas a chave. As chaves aleatórias serão geradas pelo Banco Central após a solicitação do cliente em uma instituição financeira, seja ela banco ou fintech. Esse número vai constar em uma única instituição. Para trocar, a instituição pede uma portabilidade, como ocorre com um número de celular. O processo pode demorar cerca de uma semana.

Há limite de transação? Qual o benefício?

Para Pessoa Física e Microempreendedor Individual (MEI), o PIX será de graça, conforme obrigação feita pelo BCB. Instituições financeiras não podem cobrar tarifas sobre ele. DOC e TED geralmente possuem taxas. Para pessoas jurídicas, o custo vai depender da instituição. Outro benefício é que não há limite para os valores. Ainda, requer apenas uma informação na hora de fazer a transação. As operações com as chaves serão criptografadas para garantir a segurança e terão como base a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).

O economista Leonardo Alonso Rodrigues aponta como benefícios do PIX a redução de custos, a disponibilidade e aumento da competitividade no setor financeiro.

Continua depois da publicidade

— Há uma promessa de menores custos de transações também para as pessoas jurídicas. Uma transação hoje no cartão de débito precisa remunerar as bandeiras, as maquininhas e muitas vezes até o banco. Já o funcionamento 24h ajuda a acelerar processos. Por exemplo, um boleto muitas vezes demora 24h para fazer a compensação — explica.

Pessoas físicas podem ter até cinco chaves cadastradas em uma conta
Pessoas físicas podem ter até cinco chaves cadastradas em uma conta (Foto: Freepik)

Limites de chave

Pessoas físicas podem ter até cinco chaves cadastradas em uma conta. Para pessoas jurídicas, são até 20 chaves por conta.

O que muda para outros serviços, como saques e empréstimos?

A previsão é que a partir do ano que vem, seja possível realizar saques usando o PIX, por meio de um QR CODE. Especialistas ainda acreditam que o PIX estimule a oferta de outros serviços financeiros, como empréstimos pessoais instantâneos.

Continua depois da publicidade

— Ainda é um processo de construção, mas aos poucos novos serviços vão entrando no cotidiano. O que faz um cartão de crédito hoje, o PIX poderia fazer também — destaca Rodrigues.

Vasconcelos concorda que, com o PIX, novas formas de concessão de empréstimos devem surgir.

— O que deve acelerar muitos processos inovadores em finanças e microfinanças — completa o economista.

Com novos serviços financeiros, há novas tentativas de fraudes. Verifique se o canal oficial da instituição está correto e não passe seus dados em caso de dúvidas. Desconfie de solicitação de senhas, pedidos para instalação de aplicativos ou abertura de anexos.

Não forneça dados pessoais após notificações por e-mail, Whatsapp ou redes sociais.

Já fez seu cadastro para o PIX? As instituições já liberaram essa fase inicial!

Para mais informações, acesse o site da SantaCred.