O candidato a prefeito pelo PMDB em Joinville, Udo Döhler, foi entrevistado, na noite de terça-feira, no programa RBS Notícias. Durante oito minutos, ele respondeu a perguntas sobre a forma como pretende governar em um eventual segundo mandato; como pretende conseguir os votos no segundo turno; a situação do projeto de construção da ponte do Adhemar Garcia; as filas na saúde; e as nomeações para cargos de confiança. Confira as respostas do candidato. Darci de Matos (PSD) participou do programa na segunda-feira.

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Confira a entrevista:

Candidato, analisando o resultado do primeiro turno das eleições, em que o senhor ficou em primeiro lugar, a gente constata que 60% dos eleitores que foram às urnas no primeiro turno em Joinville optaram por votar em outros candidatos, ou em branco ou nulo. Como é que o senhor pretende mudar esse cenário nessa reta final do segundo turno?

Essa constatação se deve, sobretudo, ao número elevado de candidatos. O eleitor ficou confuso com tantos candidatos que se apresentaram e a presença nos meios de comunicação foi bastante intensa. Agora, no segundo turno, com apenas dois candidatos, isso começa a mudar. Nós temos percebido o interesse maior do eleitor, que está interessado em conhecer mais de perto as propostas. Então, a nossa leitura é de que teremos um comparecimento maior do eleitor nessas eleições no próximo dia 30 de outubro.

Candidato, sobre a construção da ponte do Adhemar Garcia, um dos temas recorrentes na campanha deste ano, o senhor afirmou ao longo da campanha que o Governo do Estado não repassou os recursos prometidos, por isso a obra não saiu do papel. Mas em um vídeo da sua campanha de 2012, o senhor afirmou que o projeto já estava pronto e que os recursos já estavam garantidos. O que de fato aconteceu?

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Esse projeto realmente está concluído. Está disponível. Esses recursos foram prometidos pelo governo do Estado, eram R$ 120 milhões na época. Mais do que isso, o governador nos assegurou expressamente que financiaria também o projeto executivo e o projeto ambiental. Isso nunca aconteceu, apesar de toda a nossa insistência. Então, buscamos uma outra fonte de recursos, que é o Fonplata, que já formalmente se comprometeu em financiar essa ponte com 40 milhões de dólares. Esse pleito já está junto à Secretaria do Tesouro Nacional e, tão logo conseguido o aval da União, essa ponte será construída. O projeto está pronto e não é um projeto chinês. É um projeto elaborado com recursos locais.

Candidato, é preciso esclarecer que o projeto executivo da ponte foi homologado apenas em março deste ano e também que não existe nenhum contrato firmado com um órgão de financiamento, seja nacional ou internacional. O senhor tem garantias de que essa obra realmente saia do papel?

Com toda a certeza porque o Fonplanta nos entregou formalmente esse compromisso e o ratificou recentemente. Ele está ali na Secretaria do Tesouro Nacional para ser encaminhado ao Senado Federal para conceder, tão somente, o aval do Governo Federal. Mais do que isso, o Fonplata nos financiará também o projeto executivo e o projeto ambiental.

Candidato, ainda falando de obras públicas, na última campanha eleitoral o senhor prometeu pavimentar 300 quilômetros de ruas, construir cinco elevados, construir um novo teatro, terminar a Arena Joinville e construir a ponte do Adhemar Garcia, que nós citamos há pouco. Essas obras não forma feitas e o senhor alegou que foi por causa da falta de recursos e da crise que envolveu a Prefeitura. A pergunta que fica é a seguinte: como a crise financeira não tem previsão para terminar tão logo, como o senhor pretende fazer para cumprir essas promessas da campanha passada?

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Quando chegamos à Prefeitura encontramos a Prefeitura praticamente falida. Isso nos obrigou, inclusive, a parcelar o salário de janeiro de 2013. Dali para frente, restauramos todos nossos compromissos com fornecedores, que são de quatro anos anteriores da nossa gestão, que até o final deste ano estarão todos eles liquidados. Ou seja, o município recuperou seu crédito. Tanto assim, que estamos aí com uma capacidade de endividamento de 110 milhões de dólares, que são os 40 milhões que investiremos na ponte que vai ligar o Adhemar Garcia ao Boa Vista e mais 70 milhões de dólares para cuidar da drenagem do rio Itaum-Mirim, que vai acabar com as enchentes na região Sul de Joinville. Esse recurso já foi aprovado em dezembro de 2014. Não foi possível conseguir aval no governo anterior, mas já conversamos com o presidente Temer, ainda como presidente interino e, possivelmente, ainda este ano teremos esse aval.

Essas obras mencionadas, como os 300 quilômetros de asfalto e os cinco elevados, continuam sendo prioridades, caso o senhor seja eleito?

Com toda a certeza. Nós tivemos que fazer opções e elegemos prioridade. Investimos inicialmente na parte mais frágil da população, que são nossas crianças. Por isso, dobramos o número de vagas na nossa educação infantil. Construímos oito novas creches, mais quatro serão entregues até o final do ano e mais seis serão licitadas. Reformamos 112 das nossas 148 escolas. Avançamos fortemente na saúde. Dos nossos 57 postos de saúde, reformamos e ampliamos 21 deles. Então, como isso está bem encaminhado e as finanças do município estão agora em dia, nós vamos avançar mais fortemente na pavimentação.

Candidato, nas semanas que antecederam as convenções partidárias, o senhor nomeou quatro presidentes de partidos políticos para ocuparem cargos de confiança na Prefeitura. Logo depois, esses partidos anunciaram que faziam parte da sua coligação, aumentando o tempo de televisão da sua candidatura. O senhor considera que esse tipo de nomeação de cargos de confiança seja o mais adequado?

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O que aconteceu: as nomeações que foram feitas são de partidos que já participaram da nossa coligação em 2012. São indicações que nós fizemos de candidatos que pertenciam ao PSC e migraram para o PROS, e o PTB que já era aliado nosso em 2012. Não há nenhuma novidade. São profissionais com os quais já convivemos ao longo dos quatro anos.

Com relação à saúde, que o senhor mencionou na resposta anterior, o senhor afirma ter reduzido as filas de consultas e exames. Existem 60 mil procedimentos ainda represados. O que o senhor tem a dizer para as pessoas que ainda esperam por algum desses procedimentos?

Esse foi um avanço importante que nós fizemos. Nós reduzimos as filas de 130 mil para 60 mil. Mas isso ainda não seria suficiente se nós não pudéssemos oferecer 30 mil consultas mensais. Isso significa que hoje a fila média gira em torno de dois meses. A fila dos exames de ortopedia, que era de oito meses, hoje é de 30 dias. A fila da mamografia, que era de quatro a cinco meses, agora é feito na mesma semana.

Candidato, ainda sobre a saúde, um tema que veio à tona neste segundo turno é a responsabilidade sobre o fornecimento de remédios. O seu governo disse que o Governo do Estado não está cumprindo com a parte dele no fornecimento de medicamentos. Ocorre que os medicamentos que são de responsabilidade da Prefeitura e estão em falta são considerados básicos, que as pessoas costumam usar com mais frequência. Como é que o senhor pretende resolver essa questão?

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Dos remédios da atenção básica, que competem ao município, que são 130, o município lá em janeiro de 2013, constava a falta de 40 desses medicamentos. Hoje, faltam apenas quatro ou cinco. No entanto, do Estado, que são da média e da alta complexidade, que são 75, destes faltam quase 30%. Essa é nossa grande dificuldade. Nossa alternativa, por vezes, nas emergências, é comprar esse medicamento e buscar esse ressarcimento do governo do Estado, que está bastante atrasado. Tanto que hoje tivemos uma mobilização forte no Estado, em que as secretarias municipais estão reclamando o repasse desses recursos.