Enquanto milhares de alunos estudam para passar no vestibular e ingressar numa universidade brasileira, há quem se prepare para estudar bem longe de casa, em outro país. Longe de ser apenas uma prova exaustiva sobre o conteúdo visto no ensino médio, o processo de seleção em países como Estados Unidos, Canadá, França e Reino Unido avaliam o desempenho durante os anos escolares, as motivações para estudar fora e o engajamento em atividades extracurriculares.
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Além de ter à disposição uma infraestrutura qualificada, tecnologia para pesquisa e professores premiados, a experiência permite contato com estudantes de todo o mundo, a formação de uma rede de contatos e o aprimoramento em uma língua estrangeira – diferenciais para o mercado de trabalho.
Apesar disso, o Brasil ainda manda poucos estudantes para fora. O último relatório Open Doors, do Institute of International Education, mostra que no ano letivo de 2012-2013, haviam 10 mil brasileiros estudando nos Estados Unidos, país mais procurado pelos estudantes. O Brasil está atrás de países como Turquia, México e Arábia Saudita e muito longe dos primeiros colocados, China e Índia. No mesmo período, esses países tinham, respectivamente, 235 mil e 96 mil alunos nos EUA.
O analista de relações institucionais da Fundação Estudar, Amauri Bordini Moreira, explica que apesar dos números, a procura pela formação no exterior, especialmente de graduação, tem crescido. Um dos motivos é o Programa Ciências Sem Fronteiras, que trouxe oportunidades aos alunos e abriu os olhos para a viabilidade de estudar em outro país.
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Responsável por auxiliar os alunos com informações, preparação e financiamento para estudos fora do país, a Fundação Estudar têm o objetivo de ampliar o número de brasileiros nas melhores universidades do mundo. Entre as vantagens de cursar a graduação em outro país, especialmente nos EUA, foco do trabalho da instituição, está o sistema de currículo flexível, no qual o estudante pode escolher as disciplinas que deseja cursar e direciona os estudos de acordo com os próprios interesses, não sendo necessário a escolha prévia da formação.
Confira o processo de seleção para estudar em uma universidade estrangeira
Estados Unidos
Extenso, o processo de admissão leva em conta vários critérios:
– Análise do histórico acadêmico do aluno durante o Ensino Médio.
– Cartas de recomendação de dois professores do Ensino Médio e do diretor da escola, esta última para indicar se a escola é um ambiente desafiador.
– Avaliação donível de inglês por TOEFL ou IELTS. Quanto mais competitiva a universidade, maior a nota exigida.
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– SAT I e II. A primeira prova avalia o conhecimento em matemática, interpretação de texto e redação. A segunda avalia conhecimentos de três disciplinas específicas, preferencialmente na área em que o aluno deseja se formar.
– Atividades extracurriculares: destaques acadêmicos, esportes, trabalho voluntário e atividades que demonstrem perfil de liderança são bastante valorizados.
– Redações sobre temas pessoais sugeridos pela universidade e que evidenciam a personalidade, como contar como superou uma dificuldade. O candidato também deve indicar as motivações para estudar fora do país e naquela instituição, especificamente.
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– Formulários: os documentos devem ser reunidos e enviados junto a um formulário online, que também deve ser preenchido pelo aluno. Na maioria das universidades dos EUA isso é feito pela plataforma Common Application
– Entrevista. A universidade pode querer conversar com o candidato para confirmar se ele foi fiel às informações, está seguro da decisão e tem um bom nível de inglês.
Atletas: bastante valorizados pelas universidades, eles frequentemente conseguem bolsas. Nesses casos, a habilidade no esporte é mais importante do que o desempenho nas provas. Além dos intens anteriores, os atletas devem enviar um vídeo seu praticando o esporte.
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Reino Unido (Escócia, Inglaterra e País de Gales)
O processo para solicitar admissão em até cinco universidades britânicas é feito por meio de formulário na plataforma UCAS (University and College Admissions Service). Nela, é preciso reunir:
– Histórico escolar
– Cartas de recomendações dos professores
– Redações
– Comprovação de nível em inglês (IELTS é o mais comum)
Foundation Course: antes de ingressar na universidade o estudante estrangeiro pode ter que participar de um curso preparatório, que dura de seis meses a um ano, pois o Ensino Médio britânico possui um ano a mais do que o brasileiro e, neste período, ele é preparado para o Ensino Superior.
Canadá
Para estudar no Canadá não é necessário realizar prova e o processo de inscrição é direto com a universidade desejada. Mas, é preciso:
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– Comprovar o nível de inglês com certificados de TOEFL, IELTS ou CAEL
– Apresentar o diploma de segundo grau e o histórico escolar com tradução juramentada
– Carta de intenção de estudos para a universidade e curso pretendidos.
– Para alguns cursos, solicita-se também um portfólio
França
O ingresso no primeiro ano da graduação é feito uma vez por ano por um procedimento padrão para todas as universidades chamado Demande d’Admission Préalable Blanche (DAP Dossier Blanc), iniciado em novembro. É necessário enviar:
– Formulário de inscrição, que inclui motivações de estudo na França e projetos pessoais
– Diploma de segundo grau e histórico escolar
– Ser aprovado em qualquer vestibular do Brasil na mesma área de estudos que deseja cursar na França
– Bons conhecimentos na língua francesa. Em geral, pede-se o TCF-DAP ou diplomas DELF, DALF ou TEF.
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– Entrevista para justificar o projeto de estudos na França
Rússia
O contato com as universidades russas é feito por instituições como a Aliança Russa e a Conexão Brasil-Rússia. É necessário:
– Preencher uma ficha de inscrição que inclui nível de inglês, documentos pessoais e universidade desejada.
– Diploma de segundo grau e histórico escolar
– A instituição pode desejar uma entrevista com o aluno e seus pais para avaliar o perfil e o real interesse em estudar fora do país.
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Há a opção de fazer o curso em inglês ou em russo. No segundo caso, participa-se de um curso preparatório de língua.
Fontes: Aliança Russa, Campus France, Canada Intercambio, Conexão Brasil-Rússia, Daquiprafora, Fundação Estudar