Você sabe quanto gasta por mês? Costuma fazer orçamento? Analisa os gastos extras? Organizar as despesas não é tarefa fácil para as famílias. Para se ter uma ideia, somente no último ano, houve alta no endividamento das famílias catarinenses de 3,3%, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic) do mês de julho. Levando em conta este panorama, mais difícil ainda é ensinar os filhos a lidar corretamente com o dinheiro. Por isso, a dica para os pais é começar cedo a trabalhar a educação financeira.
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A especialista em finanças pessoais e professora da Univille Jani Floriano dá dicas importantes de como orientar os filhos sobre o valor do dinheiro, respeitando a idade de cada criança (veja quadro ao lado).
– Por mais trabalhoso que seja educar uma criança financeiramente, a consequência será um adulto com hábitos saudáveis na hora dos gastos – diz ela.
Embora a solução para educar financeiramente as ciranças pareça estar muito mais nas mãos dos pais, as escolas também podem ajudar. E muito. Foi pensando nisso que a Câmara de Vereadores de Joinville criou um projeto de lei, em fevereiro de 2013, com objetivo de acabar com o analfabestismo financeiro dos estudantes.
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O projeto prevê a inclusão da disciplina de educação financeira pessoal nas escolas municipais. A ideia não sairá do papel, por enquanto, pois o projeto foi arquivado temporariamente. Sem uma matéria específica nas escolas, o jeito é incluir o tema em projetos criativos e interdisciplinares. Evelise Tonioti, professora de matemática do ensino fundamental do Colégio Elias Moreira, explica que o grande desafio de pais e das escolas é ensinar os mais novos a encontrar o equilíbrio, para não estimular nem demasiados poupadores nem gastadores exagerados.
– A criança tem que aprender a diferença entre querer e precisar – diz a professora.
Na disciplina dela, os estudantes foram orientados a confeccionar um cofrinho para poupar dinheiro desde o início do ano e gastar como quiserem no Dia das Crianças. O envolvimento dos pais na atividade está sendo essencial. Evelise conta que nas aulas de matemática em parceria com a de literatura trabalham assuntos como consumo e poupança,. Por ser uma atividade divertida, o envolvimento das crianças foi ainda maior.
Sonhar para depois comprar
Os desejos dos alunos que participam da atividade no Elias Moreira variam desde comprar um relógio novo, porque o antigo estragou, até um smartphone de última geração. Alguns já têm o hábito de poupar em casa, como é o caso de Luis Henrique Schmitt, dez anos, que guarda a mesada e o dinheiro que recebe de familiares para gastar em viagens de férias com a família.
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– No Dia das Crianças, vou comprar uma lixeira para minha escrivaninha e também um teclado de computador novo – conta.
A coordenadora de ensino do colégio, Emanuelle Santiago Dalri, destaca a importância de os pais explicarem aos filhos o motivo de não comprarem determinado item por ele ser supérfluo, estar mais caro do que o preço de mercado ou porque a família não tem dinheiro naquele momento.
Outro conselho é expor o orçamento familiar. Todos os integrantes da família devem saber quanto se tem de dinheiro, quanto se pode gastar no mês e quanto está programado para ser poupado. Assim, a tendência é formar crianças menos consumistas.
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– A criança precisa saber que aquilo que foi comprado precisou ser sonhado, programado e então adquirido. Desde uma viagem de férias até a bicicleta dos sonhos.
