Em decisão do juiz Renan de Freitas Ongaratto, da 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, foi condenado por ajudar os assassinos da vereadora Marielle Franco a se desfazerem do carro GM Cobalt usado no crime. Esta é a primeira condenação na investigação do atentado. As informações são do g1.
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A denúncia foi oferecida pela força-tarefa do Gaeco em agosto de 2023. Dono de um ferro-velho, Orelha está preso desde o fim de fevereiro e foi condenado a cinco anos de prisão pelo crime de embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
Segundo a investigação, Orelha impediu e atrapalhou as investigações ao destruir o carro em um desmanche no Morro da Pedreira, na Zona Norte do Rio.
Ele era conhecido de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, presos como executores do crime. Na delação premiada, Élcio revelou que o dono do ferro-velho foi acionado pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel – também preso –, para se livrar do veículo usado no atentado que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
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O juiz menciona que Orelha “tinha consciência da gravidade das infrações penais que estavam sendo investigadas”, referindo-se aos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele destaca que o réu sabia da importância social de uma solução rápida pelo Poder Público, principalmente porque “todos os jornais, redes sociais e demais veículos midiáticos noticiavam o ocorrido, sua gravidade e possíveis repercussões”. A destruição do veículo dificultou as investigações, “reforçando a sensação de impunidade”.
Como foi a ação do dono do ferro-velho
Ainda segundo o magistrado, Orelha agiu com dolo ao embaraçar as investigações. Foi comprovado que Orelha tinha conhecimento de que o veículo que destruiu havia sido usado nos homicídios. Ele também tinha uma relação de confiança com Maxwell e Ronnie Lessa, o que contribuiu para a execução da ação de destruir o veículo.
De acordo com Élcio, Orelha tinha uma agência de automóveis e foi dono de um ferro-velho. Assim, ele tinha contato com pessoas que possuem peças de carros. Segundo o depoimento, dois dias depois do assassinato, Ronnie e Élcio levaram Orelha até o local onde estava o veículo, em uma praça na Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda.
“Ronnie foi falar que era para dar um sumiço no carro, e o Orelha cortou e disse que o Maxwell [Suel] já havia explicado a ele [Orelha] e que ele [Orelha] não queria saber de nada”, afirmou Élcio na delação.
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Segundo o ex-PM, Orelha tinha “pavor” de Ronnie Lessa e, durante essa conversa, estava desesperado para ir embora.
Élcio contou aos investigadores que depois desse encontro ficou sabendo por meio do Suel de que o carro usado no crime foi para o “Morro da Pedreira”, onde havia um desmanche de carro.
“Quando eu perguntei pra o Orelha se havia dado sumiço no carro, ele me cortava e desconversava”, disse.
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