A saga do sul-africano Oscar Pistorius no Mundial de Atletismo de Daegu, chegou ao fim nesta segunda. O velocista, que teve as duas pernas amputadas e corre com auxílio de próteses, ficou na oitava – e última – posição em sua bateria pelas semifinais dos 400m, realizadas na manhã desta segunda. Ele foi o 22º entre os 24 semifinalistas.

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Apesar de ter recebido muitos elogios pela classificação para o Mundial, sua participação também causou polêmicas devido às próteses, que podem ser consideradas como um fator de desigualdade em relação aos outros competidores. As lâminas de carbono usadas pelo atleta prejudicariam a largada, mas dariam uma vantagem considerável na segunda parte das provas, de acordo com a Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que vetou sua participação em eventos regulares até 2008.

Pistorius travou uma batalha jurídica de quatro anos para ter direito de competir junto com as estrelas olímpicas e não apenas com os atletas paraolímpicos. Suas próteses, fabricadas especialmente por uma empresa islandesa, usam “molas elásticas passivas” e não teriam influência no seu desempenho, segundo o sul-africano. O velocista garante que não foi a tecnologia que o levou a melhorar em praticamente meio segundo seu recorde pessoal nesta temporada (45s07), mas sim seu trabalho e sua progressão natural como atleta.

Diante da falta de evidências científicas, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidiu cancelar o veto da IAAF em 2008. Pistorius nasceu sem a fíbula normal e por isso precisou sofrer uma amputação aos 11 meses de idade.

Ele começou no atletismo aos 16, após sofrer uma lesão jogando rúgbi, e desde então ganhou o apelido de “Blade Runner”, em referência ao filme de Ridley Scott (“blade” significa lâmina em inglês). O sul-africano conquistou quatro medalhas de ouro nos Jogos Paraolímpicos, três delas em Pequim em 2008, mas sonha em participar da Olimpíada de Londres no ano que vem.

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