Há pouco mais de 20 dias para o fim da safra da tainha, cerca de 1.200 toneladas do peixe foram capturadas pela indústria e 1.260 toneladas pelos pescadores artesanais no litoral catarinense. No Mercado do Peixe, em Itajaí, o principal comércio de pescados da região, está difícil encontrar tainha. As que ainda são comercializadas custam entre R$ 18 e R$ 20 (com ova). Ao todo, apenas 30 toneladas do peixe foram recebidas pelo comércio neste ano. Em anos anteriores este número era de 10 toneladas por semana.
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Para o secretário da Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo, a safra não está tão boa quanto se esperava, porque o aumento do peixe na costa inviabilizou a pesca industrial. Embora haja mais alguns dias de safra pela frente (encerra em 15 de julho) e o aumento do frio possa interferir na pesca da tainha, dificilmente a meta de 3.000 toneladas será cumprida.
– Das 50 embarcações que saíram de Santa Catarina para fazer a rota da tainha, que vai do Rio de Janeiro ao Chuí (RS), cerca de 30% da frota já desistiu – explica Peruzzo.
Para o presidente do Sindicato dos Armadores e Indústrias de Pesca de Itajaí e região, Giovani Monteiro, a falta de estudos para saber qual é a biomassa de tainha no mar impõe limitações aos pescadores industriais e artesanais, prejudicando o mercado e o consumidor.
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Preço
De acordo com José Walmo Serpa Júnior, presidente do Mercado do Peixe, nos tempos da fartura da tainha, como no ano de 2000, por exemplo, o peixe chegou a custar R$ 1,99 o quilo. No ano passado, custava R$ 4,99 sem ova; e R$ 9,99 ovada. Em 2014, a média é de R$ 10 o quilo (sem ova), e de R$ 12,99 a R$ 20 (com ova).
Para Serpa, dois fatores provocaram o aumento no preço da tainha e a consequente defasagem do pescado no balcão – a demora para a liberação da pesca e a compra do peixe pelas grandes indústrias.
– As grandes indústrias estão comprando muito por causa da exportação da ova, o que acaba fazendo ela chegar em menor quantidade no mercado e, aumentando o preço para o consumidor. Além disso, há uma demora na liberação da pesca. O ideal seria que ela tivesse começado dia 1º de maio, e não 15. Hoje, a tainha já está custando para nós R$ 8, para vender a R$ 10 não compensa – destaca o comerciante.
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O box 6 é um dos poucos onde ainda é possível encontrar tainha no Mercado do Peixe. Na banca, o quilo do produto ovado é vendido a R$ 20.