A safra de verão deve injetar R$ 4,5 bilhões na economia catarinense. A base de cálculo foi feita levando em conta os dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somados aos preços do dia pagos ao produtor, segundo a Epagri.

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A safra de soja deve crescer 5% em relação ao ano passado atingindo 2,2 milhões de toneladas, num valor de R$ 2,1 bilhões. O milho terá um acréscimo de 18% na safra catarinense, chegando 3,2 milhões de toneladas, num total de R$ 1,22 bilhão. O arroz terá um aumento de 4,4%, chegando a 1,1 milhão de toneladas, somando R$ 893 milhões. E o feijão teve uma produção 20% superior, com 142 mil toneladas, somando R$ 284 milhões.

– Isso é fruto de um clima favorável e da tecnologia utilizada pelos agricultores, tivemos em Xanxerê propriedades com produção de milho de 245 sacas por hectare, acima da média norte-americana – comparou o presidente da Cidasc e vice da Faesc, Enori Barbieri.

A doutora em economia do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Gláucia Padrão, Gláucia Padrão, ponderou que quando há um safra boa geralmente há uma queda nos preços. E realmente a saca de milho, que estava R$ 42 em abril do ano passado, ontem estava R$ 23. E a saca de soja baixou de R$ 68,00 para R$ 57,50.

– O milho caiu bastante mas a soja se manteve valorizada pois tem mais liquidez – explicou.

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Para Barbieri mesmo com a queda de preço ainda prefere uma boa safra pois ela distribuiu melhor os resultados na cadeia produtiva.Com mais milho e soja caem os custos de produção de suínos, aves e leite e isso também beneficia o consumidor.

Barbieri disse que o preço da ração caiu e isso possibilitou a retomada de confinamentos para engorda de bovinos e também na alimentação de bovinos de leite, o que deve ampliar a produção.

O secretário adjunto da agricultura, Airton Spies, também vê um cenário mais vantajoso para a produção de leite. Spies afirmou que a boa safra vai dinamizar a economia catarinense pois o milho se transforma em carne e movimenta milhares de empregos.

– A safra beneficia principalmente os pequenos municípios com renda e emprego – avaliou Spies.

O setor de máquinas agrícolas já começa a sentir o bom momento. Uma das principais revendedoras de máquinas da região Oeste, que no ano passado teve uma queda de 27% nas vendas, tinha uma projeção de aumentar 10% a comercialização neste ano e agora já projeta mais de 20%.

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