A safra de milho que está sendo colhida em Santa Catarina será 11% maior do que a do ano passado. De acordo com levantamento divulgado nesta semana no Boletim Agropecuário do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri neste ano a produção é estimada em 2,75 milhões de toneladas, contra 2,46 milhões de toneladas do ano anterior, sem contar a segunda safra, que é pouco relevante.
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De acordo com o analista do (Cepa/Epagri), Haroldo Tavares Elias, ocorreram algumas perdas de cerca de 10% no Extremo Oeste e Vale do Rio Uruguai, em regiões como Xanxerê a produção chegou de 190 a 200 sacas por hectare de média, o que no final indica uma safra normal.
Ele afirmou que o crescimento é resultado de um aumento na área plantada, de 8%, passando de 305 mil hectares para 331 mil hectares, aliado a um ganho de produtividade próximo de 3%, com média de 138 sacas por hectare.
Um dos produtores que atingiu média de 200 sacas por hectare foi Félix Muraro Júnior, da granja São Roque, em Chapecó. Ele plantou 51 hectares de milho, mesma área do ano passado, mas deve colher 10% a mais.
– A colheita foi boa, tivemos 199 sacas por hectare bruto, contra 172 do ano passado. Também estou satisfeito com a rentabilidade pois como a safra foi boa, ela dilui os custos. Com o preço de R$ 31 a saca o resultado não é para ser comemorado mas não dá para reclamar, é satisfatório- explicou.
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Para o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, Enori Barbieri, a safra é boa mas não dá para comemorar. Isso porque o déficit de milho no ano passado foi de 3,6 milhões de toneladas, que tiveram que ser trazidas de outros estados e até de outros países.
– O crescimento é bom mas como a área plantada é pequena isso não resolve. Estamos na safra e já tem gente trazendo milho da Argentina. Desde o tabelamento do frete ficou muito caro trazer milho do Mato Grosso e nesse período já vieram para Santa Catarina seis navios de milho da Argentina. Além disso estão buscando milho no Paraguai – destacou.
Ele afirmou que além do frete mais caro o milho do Centro-Oeste está sendo escoado para exportação e produção e etanol, o que mantém os preços mais altos. Ele informou que, na região de Videira, já tem gente pagando R$ 38,00 a saca durante a safra.
– Nós precisamos de políticas públicas de juros equalizados e financiamento para milho comercial, pois o programa de troca-troca (subsídio de sementes e calcário), que acaba indo para milho silagem. A falta de milho é um problema sério pois produzir aves, suínos e leite com milho caro é insustentável – alertou Barbieri.
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O risco é perder investimentos das agroindústrias, que lideram a pauta das exportações em Santa Catarina.
MILHO EM SC
Área plantada: 2017/2018: 305 mil hectares 2018/2019: 331 mil hectares Variação: 8%
Produção: 2017/2018: 2,46 milhão de toneladas 2018/2019: 2,75 milhão de toneladas. Variação: 11%
Fonte: Cepa/Epagri