A produção de arroz nas regiões de Joinville, Blumenau e Itajaí indica aumento de aproximadamente 3% de produtividade do grão em 2018 com relação à safra anterior. O resultado da colheita foi apresentado durante a Reunião Anual de Avaliação da Safra de Arroz 2017/2018 no Litoral Norte, feita por engenheiros agrônomos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O encontro ocorreu na última quinta-feira, em Massaranduba – Capital Catarinense do Arroz – e reuniu agricultores, técnicos e representantes de agroindústrias.
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Os números oficiais da Safra de 2018, que engloba as produções do primeiro e segundo corte (este encerrado em junho), devem ser confirmados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) nos próximos dias. O gerente regional da Epagri em Joinville, Hector Silvio Haverroth, salienta que houve pequena redução na área de plantio, mas os resultados são favoráveis.
Segundo os informes dos rizicultores dos 12 municípios do Norte Catarinense apontam por consolidar o aumento de produtividade, também em cerca de 3% na Região. O total incide sobre a produção conquistada na última Safra, que rendeu quase 170 mil toneladas do insumo em 22 mil hectares de plantação. A seguir essa média percentual, a projeção é de aproximadamente 175 mil toneladas neste ano. O destaque na produção é para Massaranduba, tanto em produtividade quanto de área plantada: seis mil hectares.
Em contrapartida, apesar desse aumento na produção a qualidade do grão pode sofrer alterações importantes com relação ao último ano. De acordo com o agrônomo Ronaldir Knoblauch, “dados climáticos indicam possíveis motivos para produção com redução de qualidade de grãos em alguns períodos de colheita da última safra, principalmente devido dias com baixa temperatura e baixa radiação solar na fase da microesporogênese, estádio mais sensível da cultura do arroz”.
Além do debate em torno da cadeia produtiva do grão, a reunião contou ainda com palestras e discussões sobre o uso de agrotóxicos e sua legislação aplicada ao tema; a outorga do direito de uso da água para irrigação, bem como a análise do clima e os efeitos sobre a produção e a qualidade do grão. Também houve a aplicação de um diagnóstico via questionário junto a 228 agricultores locais com o objetivo de auxiliar na análise dos dados da Safra. As informações coletadas seguem para análise de uma equipe especializada em mercado da Epagri/Cepa para após tornarem-se dados oficiais para o estado.
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Tendência de crescimento
As perspectivas de mercado também foram analisadas. De acordo com Sérgio Roberto Gomes dos Santos Júnior, representante da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/Brasília), nos próximos meses existe perspectiva, a nível nacional, de aumento nos preços do arroz, principalmente baseado na redução de produção do grão no Rio Grande do Sul – Estado responsável por 70% da produção nacional.
No Norte de Santa Catarina essa tendência já começa a aparecer. Nesta semana a comercialização da saca de 50 quilos gira em torno de R$ 35. O valor ainda não atinge a média de R$ 40 dos anos anteriores, mas é levemente maior que o preço de venda registrado há cerca de quatro meses, quando a saca do grão chegou a ser vendida a R$ 31,50. A safra de 2017 representou aproximadamente R$ 133,6 milhões em movimentação financeira, já o valor gerado em 2018 ainda não foi divulgado.