Está liberada a partir desta terça-feira, dia 1° de maio, a captura da tainha por pescadores artesanais nas canoas a remo em todo o litoral brasileiro. Os últimos dias foram de trabalho intenso para preparar as redes e embarcações nas praias de Florianópolis. No dia 15 de maio, é a vez dos barcos a motor entrarem na água para a pesca anilhada, e no dia 1º de junho, a captura é liberada para a pesca industrial.
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A expectativa é positiva, mas até a última sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela Secretaria de Pesca e Aquicultura, não havia emitido a portaria com as licenças para os pescadores.
— A expectativa é de que isso aconteça até o dia 10 de maio. Com o fim do Ministério (da Pesca, em 2015), a pesca está sem “dono” — critica Ivo Silva, presidente da Federação de Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fepesc).
Mesmo assim, os pescadores vão para o mar. A orientação da Fepesc é utilizar o protocolo de pedido de licença e a licença de 2017 como documentos oficiais. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Agricultura, mas as ligações não foram atendidas.
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Preparativos

Quem passa pelas praias da Ilha de Santa Catarina vê as redes esticadas e os barcos ancorados.
— Foram 30 dias trabalhando nas redes, na sexta-feira viemos colocá-las na canoa. Temos que ser otimistas, por isso sempre digo que a expectativa para a safra é boa — comenta Laurentino Neves, patrão da canoa de pesca artesanal Saragaço I, na Barra da Lagoa.
Quem também já trabalha nos últimos ajustes dos equipamentos é o pessoal da pesca anilhada. Também no leste da Ilha, Zulmar Felício, o filho Fabiano Felício e o amigo Jucemir Florindo estão há uma semana reformando as redes utilizadas no ano passado.
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— Temos mais duas semanas de trabalho pela frente para deixar tudo pronto. Esperamos uma temporada boa, ouvimos que lá na Lagoa dos Patos (Rio Grande do Sul) já está dando muito peixe — afirma Fabiano.
Um dos principais fatores responsáveis pela migração da tainha do litoral gaúcho até o litoral paulista, passando pela costa catarinense, é a frente fria carregada pelos ventos do quadrante Sul. Até agora, porém, nem sinal dela.
— Estão dizendo que tem muito peixe, mas a gente precisa de vento Sul trazendo frio. Esse tempo quente não é bom pra nós, se continuar assim o peixe vai ficar lá no Rio Grande do Sul — avalia Jucemir.
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— Já apareceram as tanhotas, mas ainda falta a frente fria pra trazer a tainha. Estamos apreensivos — reforça Laurentino.
Cotas de pesca
A novidade da pesca da tainha em 2018 será a cota máxima de pesca. Se no ano passado 17 barcos industriais receberam autorização, este ano o número saltará para 50.
Na pesca anilhada, serão 130 embarcações autorizadas a trabalhar na costa brasileira. Para essas duas frotas, porém, foi estabelecida uma cota máxima de até 3,8 mil toneladas.
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A contagem das tainhas pescadas é feita na chegada do peixe às indústrias pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Mapa. Quando o limite estabelecido for alcançado, o governo emitirá uma portaria no Diário Oficial da União e a pesca ficará suspensa para as duas frotas.