Assada, frita, grelhada, com molho, empanada e até ensopada. A tainha é um prato típico da Grande Florianópolis e esta é a melhor época para se deliciar com ela. Ainda mais que a safra deste ano surpreendeu os pescadores. Na terça-feira, a cota da pesca artesanal atingiu mais de 90% e a captura deve ser suspensa em todo o país. Foram cerca de 1,1 mil toneladas de tainha pescadas desde o dia 15 de maio.

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O Ministério do Meio Ambiente divulgou que a cota artesanal foi alcançada, com isso, os procedimentos para o encerramento oficial da temporada de pesca já foram iniciados. José Frutuoso Goes Filho, o Zequinha, conselheiro da Federação dos Pescadores de Santa Catarina (Fepesc), informa que ainda falta o Ministério publicar a portaria de encerramento, mas isso deve ocorrer hoje ou amanhã.

– A cota já foi alcançada, com isso, os barcos que estavam em terra não podem mais sair para pescar e os que estão no mar têm até 24 horas para descarregar. Não queremos passar da cota como fez a indústria, que ultrapassou 100%. Por isso, muitos pescadores nem saíram nesta quarta-feira – explica Zequinha.

Na Barra da Lagoa, em Florianópolis, pescadores como Laurentino Neves já recolheram as redes.

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(Foto: Felipe Carneiro / Diário Catarinense)

Números positivos e preços baixos

Zequinha avalia que a safra desse ano foi de fartura e, com a mudança na legislação, que previu cotas para a pesca, todos os barcos puderam sair ao mar. No total, 130 embarcações com rede anilhada participaram da pesca da tainha no litoral de Santa Catarina.

– Concordamos com a cota porque todo mundo pescou, melhor do que nos outros anos que só pescavam 20, 30 barcos e muita gente ficava de fora.

A pesca foi um sucesso. A gente nem esperava que desse tanto peixe como deu esse ano, e ainda tem muito peixe na água, mas vamos respeitar a lei.

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Segundo Zequinha, o clima foi o fator determinante para trazer os peixes até o litoral catarinense. Temperaturas baixas, ventos de quadrante sul e a corrente marítima são responsáveis por conduzir os cardumes desde a Lagoa dos Patos até SC.

A boa safra influenciou o preço do pescado. Nas peixarias do Mercado Público de Florianópolis, o quilo da tainha sem ovas pode ser encontrado por R$ 10.

No início da safra o quilo saía por R$ 16. Já a tainha ovada está R$ 15 atualmente, mas chegou a custar R$ 22.

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Frota industrial aumentou em 2018

Para a safra deste ano o Ministério da Agricultura, responsável pela Secretaria de Pesca e Aquicultura, estabeleceu o limite de captura de tainha em 3.417 toneladas, sendo 1.196 toneladas para a pesca artesanal e 2.221 toneladas para os barcos industriais. Dessa forma, o número de embarcações autorizadas aumentou consideravelmente.

No entanto, a pesca industrial acabou ultrapassando o limite definido em mais de 240%. Isso ocorreu porque os primeiros dias de captura da frota industrial tiveram produtividade muito acima do esperado, e as indústrias não deram conta de enviar a contagem de peixes a tempo para o governo. Os armadores chegaram a encerrar a safra ao perceberem que poderiam ter ultrapassado o limite.

A partir do momento que a pesca artesanal também for suspensa, as empresas ficam proibidas de comprar tainha das embarcações da modalidade de cerco/traineira ou que utilize emalhe anilhado. Continua permitia a pesca na areia das praias de todo o país, que não entra na cota artesanal.

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(Foto: Felipe Carneiro / Diário Catarinense)

Festa da Tainha em julho na Barra da Lagoa

E para se deliciar com o pescado mais querido da região, que tal curtir a Festa da Tainha, que acontece entre os dias 5 e 8 de julho na Barra da Lagoa, no leste da Ilha? Ao todo, serão mais de 3 mil tainhas para saborear, além de 12 atrações musicais, área de esportes radicais, shows de comediantes, soltura de tartarugas, food trucks e grupos culturais regionais.

A festa será no estacionamento do restaurante Vereda Tropical, de frente para o mar. Os ingressos têm preços variados, de acordo com o dia, e podem ser adquiridos no restaurante, no site oficial (festadatainha.com.br), no Blueticket ou no dia do evento.

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