Nos últimos meses, a presença de maçã europeia ficou mais frequente nas gôndolas dos supermercados. Isso porque a baixa produção nacional contribuiu para o aumento das importações. O cenário deve mudar, entretanto, já que dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) apontam para uma forte safra catarinense de quase 500 toneladas.

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As importações da fruta cresceram no segundo semestre de 2022 e início de 2023. Além do Chile e da Argentina, tradicionais fornecedores da fruta para o Brasil, nos últimos meses as importações da Itália e de Portugal têm se destacado.

Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Rogério Goulart Jr., dois fatores influenciaram o crescimento das importações: os baixos estoques de maçã nacional e a superprodução registrada em alguns países da Europa.

Na safra 2021/22, o volume de maçã produzido em Santa Catarina ficou abaixo do esperado, por motivos climáticos — estiagem e excesso de frio durante o período da florada das macieiras. Com isso, o preço da maçã no mercado interno subiu e tornou a importação da Europa competitiva. Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de maçãs, com 54,1% da produção.

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No entanto, o cenário de importação deve mudar com o aumento da produção catarinense, conforme o especialista. O volume estimado para a safra 2022/2023 de maçã em Santa Catarina é de 280,8 mil toneladas para a maçã Gala, 208,2 mil toneladas de maçã Fuji, e 10,3 mil toneladas de maçãs precoces, totalizando em 499,3 toneladas.

— A tendência é que as frutas importadas sejam comercializadas na entressafra brasileira com preços mais elevados que os da fruta nacional — explica o analista da Epagri.

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